quarta-feira, 25 de março de 2015
Governadores do Nordeste se encontram com Dilma para pedir moderação nos cortes
Governadores do Nordeste, principal reduto do PT, se encontram nesta quarta-feira, 25, no Palácio do Planalto, com a presidente Dilma Rousseff para pedir a manutenção de investimentos em obras, a liberação de crédito subsidiado e a regulamentação do novo indexador das dívidas de Estados e municípios. Os três itens contrariam a política de ajuste fiscal em curso pelo governo. "O Brasil não pode fechar todas as torneiras e achar que só o superávit importa. Isso pode causar desemprego que, somado à inflação que já está aí, pode ser fatal para os brasileiros", disse o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), aliado de Dilma. Entre as pautas que devem ser apresentadas no encontro, segundo o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), está o atraso na regulamentação do indexador das dívidas de Estados e municípios, queixa de outros aliados de Dilma, como o prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) e o carioca Eduardo Paes (PMDB). A presidente e a equipe econômica têm adiado aplicar a regra para não prejudicar o ajuste fiscal. "Não é uma demanda só minha, mas de vários Estados que estão com dívida", afirmou Renan Filho. O governador potiguar Robinson Farias (PSD) afirmou que pretende se queixar sobre a redução do Fundo de Participação dos Estados. "O impacto é muito grande principalmente na folha de pagamento, área em que o governo tem que colher os centavos para deixar as contas em dia". Em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) destaca preocupação com obras do PAC e com a Refinaria Abreu e Lima, um dos focos das investigações sobre corrupção na Petrobras. "Obras importantes não podem passar por contingenciamento. É preciso mantermos um pouco a condição de investir, principalmente para garantir a questão do emprego." O baiano Rui Costa (PT) disse que a ideia não é colocar "a faca no pescoço da presidente", mas ratificar a necessidade de manter a política de desenvolvimento regional e de distribuição de renda no Nordeste.Fonte:O Estadão