NOVA RÁDIO CLUBE SERRINHA 24 HORAS NO AR

RADIOS NET:MELHOR PLATAFORMA DE RÁDIOS

A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.
DISSE JEOVÁ DEUS: Pois Jeová falou: "Criei e eduquei filhos, Mas eles se revoltaram contra mim. O touro conhece bem o seu dono, E o jumento, a manjedoura do seu proprietário; Mas Israel não me conhece, Meu próprio povo não se comporta com entendimento.” Ai da nação pecadora, Povo carregado de erro, Descendência de malfeitores, filhos que se corromperam! Abandonaram a Jeová".Isaías 1:1-31

domingo, 15 de março de 2015

Samuel Celestino:E assim foi feito por quase todos os partidos

Se “as estrelas mudam de lugar”, como na composição de Roberto e Erasmo, o “fenômeno”, não tão poético como na música, está a acontecer também agora na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Já não brilha como antes a estrela vermelha do PT. Não a da bandeira - por sinal também opaca - mas a da presidência onde, antes, Dilma Rousseff cintilava. No momento, quem passou a brilhar, pelo menos ficou evidente na reunião da CPI da Petrobras realizada na quinta-feira (12), foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Ele próprio se escalou para ser sabatinado. Certamente sabia que seria aclamado pelos deputados como líder maior. E assim foi feito por quase todos os partidos, PT inclusive. Muito à semelhança do sistema parlamentarista. Em seu palácio, Rousseff silenciou.

Se uma estrela se apaga diante da crise que se abateu sobre o seu governo, envenenando a economia do País, no outro lado da Praça Eduardo Cunha se transformou no comandante-em-chefe e defensor maior dos políticos que serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Escolheu sem a ninguém consultar, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como alvo, ao considerá-lo carrasco dos supostos políticos envolvidos na corrupção. Não se esqueceu de dizer que “a lama que estava do outro lado da Praça dos Três Poderes foi transferida para o Congresso”.

Depois de quatro horas de discurso sem que houvesse praticamente perguntas dos deputados ao seu líder, o presidente da Câmara encerrou o  que tinha a dizer – e disse muito - sob aclamação, como se fora ele um “Charles anjo 45, defensor dos pobres e dos oprimidos”, para lembrar agora a música de Jorge Ben Jor, antes Jorge Ben. Enquanto Dilma derrapa e experimenta momentos de intensas dificuldades, inclusive como sua equipe ministerial, Eduardo Cunha tenta desmanchar aquilo que contra ele foi dito pelos delatores da Operação Lava Jato, entendendo tudo como se fora uma articulação entre Dilma e o procurador-geral da Justiça, urdida durante um encontro entre ela e Rodrigo Janot.

Para os políticos citados e com nomes encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, quanto mais confusão melhor, porque todos repetem a mesma catilinária pontuada pela inocência. Quando muito, alegam que o dinheiro recebido para as suas campanhas não foi resultado de propina, mas recursos doados por empreiteiras dentro da legalidade, e desta forma informada à Justiça Eleitoral. Em outro entendimento (que não aceitam) não foi dinheiro ilegítimo de empreiteiras, ou propinas oriundas de contratos superfaturados fechados com a Petrobras. Todos, enfim, se consideram santos.

Se Eduardo Cunha já havia derrotado na sua eleição à Presidência da Câmara o Palácio do Planalto e o candidato lançado pelo PT, a estratégia de se auto-convocar para depor na CPI foi um golpe de mestre. De tal maneira que, para evitar a aglomeração de parlamentares todos querendo abraçá-lo ao concluir o seu discurso (porque apenas em dois momentos ousaram sabatiná-lo), Cunha driblou como lhe foi possível as homenagens a ele e rapidamente deixou a sala da CPI em direção ao seu gabinete, no que foi acompanhado por muitos liderados. Como já dito, parlamentares citados pelas delações do Lava Jato vêm nele uma espécie de tábua de salvação para tirá-los do atoleiro em que estão mergulhados.

Há muitos fatos, como se observa, acontecendo nesta República tropical extra- crise, mas de uma forma ou de outra a ela vinculada. A um só tempo, apaga-se a estrela da presidente Dilma e surge o presidente da Câmara na condição de líder novo, cintilante, ousado, impetuoso, comandando o Congresso, deixando, naturalmente, o presidente do Senado, Renan Calheiros, na rabeira.

São fatos curiosos que emergem. Melhor é entendê-los como acontecimentos isolados, resultantes de uma crise perversa que coloca o Brasil imerso em dificuldades que ninguém sabe onde afinal irão.Fonte:Bahia Noticias