Em pouco mais de dois meses do seu segundo mandato, o governo Dilma Rousseff desabou e chegou a um nível de rejeição só semelhante ao de Fernando Collor, nos seus estertores, quando o impeachment já se encaminhava para expulsá-lo do poder. A presidente desabou para 62% de rejeição e apenas obteve 13% de “ótimo e bom”, o que há três meses, já em parafuso, chegara ao patamar de 23% (pesquisa Datafolha). Isto vale dizer que, neste curto período, ela perdeu estonteantes 10 pontos percentuais. O PT também desaba, perde a auréola que antes tinha, quando reluzia a sua estrela vermelha, enquanto Lula, o inventor de Dilma, prefere ficar dela distanciado,
embora a rejeição também o atinja, do mesmo modo como ao partido que fundou no início dos anos 80. Lula não conseguiu ser candidato em lugar dela. Não devolveu o posto a quem lhe colocou no cargo. Mesmo assim, a presidente conseguiu com uma pequena margem fazer o segundo mandato. Como as dificuldades do País são imensas, marcadas por uma crise econômica difícil de debelar, que tende a dificultar a vida da população nas classes variadas do País, principalmente a média e a média baixa, além, naturalmente da baixa. Consequência da inflação que torna o Brasil um País caro, com possibilidades de, ao invés de melhorar a vida dos necessitados, piorá-la, retroagindo a miséria. Dilma é resultante de acontecimentos que aconteceram lá no governo Lula, o mensalão e o início das dificuldades da Petrobras através da corrupção mais descarada que se tem notícia na República. A presidente, como já sabido, está praticamente isolada no Palácio do Planalto. Não tem equipe ministerial competente para estabelecer um diálogo elevado para mudar as circunstâncias através do Congresso Nacional e, assim, passa a ser, como poucas vezes aconteceu, refém do Poder Legislativo. A empáfia que antes estava presente na presidente Dilma caiu por terra. Ela, na verdade, jamais conseguiu ser popular, ao contrário de Lula. O seu grande programa, o PAC, dele já não se fala, enquanto os programas tipo “Minha Casa Minha Vida” estão envolvidos em dificuldades com empreiteiras, com obras atrasadas, invasões dos imóveis inacabados, e outras dificuldades mais que cercam o seu governo, cujos reflexos também serão sentidos em todos os estados federativos, sem exceção. A reeleição de um presidente acontece pela terceira vez. Caberá a ela enterrá-la por não ter dado certo, a partir da esperada reforma política. Espanta é que, antes de fechar três meses do seu segundo mandato, a presidente desabe e passe a ser rejeitada até pelos que nela votaram, porque chegar ao nível “péssimo e ruim” da forma como acontece denota que os seus eleitores de outubro passaram a se arrepender do voto que colocaram nas urnas.