terça-feira, 31 de março de 2015
Samuel Celestino:O PT rouba mais faz
O comentarista de “A Folha da São Paulo”, Josias de Souza, faz, nesta terça-feira (31), uma pesada crítica à cúpula nacional do PT, a partir de uma reunião que possibilitou o encontro de Lula, o presidente do PT, Rui Falcão e dirigentes da legenda nos estados. Uma crítica irônica e, ao mesmo tempo, marcada pela fino humor do jornalista. Começa por dizer que o partido “acredita na vida após a morte” e arremata de forma hilariante: “Após fenecer como partido, o PT tenta a sorte como piada”. No seu manifesto, a legenda que antes dissipava esperança, agora desvia para o inaceitável, pelo menos para os leitores que estão em perfeita lucidez, ao anotar que “Como já reiteramos em outras ocasiões, somos a favor de investigar os fatos com o maior rigor e de punir corruptos e corruptores. […] E, caso qualquer filiado do PT seja condenado em virtude de eventuais falcatruas, será excluído de nossas fileiras.” Complementa Josias de Souza: “É como se o partido desejasse dar um banho de gargalhada no País”. Lembra, então, que a última vez que o partido disse algo semelhante foi na época do mensalão. E passeia no passado: “Sua cúpula passou uma temporada enjaulada na Papuda. E não há vestígio de expulsão. Ao contrário. “Delúbio foi readmitido nos quadros da legenda, com as bênçãos de Lula e Dirceu e Genoíno são cultuados nos encontros partidários como “guerreiros do povo brasileiro”. Muda, sem cortar a continuidade do que escreve: “o cotidiano do petismo é uma tragédia que os petistas vivem como comédia.” O manifesto aponta a existência de “uma campanha de cerco e aniquilamento”, na qual vale tudo para acabar com o PT, “inclusive criminalizar a legenda.” Acentua, então, num arremate que não conclui (ainda) o seu comentário, que vai além. “Deve-se a criminalização do PT aos petistas que, ocupados em salvar o país, não tiveram tempo de ser honestos. A Procuradoria da República e o juiz Sérgio Moro elegeram como inimigo número 1 da honra petista o tesoureiro João Vaccari Neto. José Dirceu, reincidente, está na bica de ser convertido em inimigo número 2.” Lembra, noutro trecho, a pregação do manifesto: “Perseguem-nos pelas nossas virtudes. Não suportam que o PT, em tão pouco tempo, tenha retirado da miséria extrema 36 milhões de brasileiros e brasileiras. Que nossos governos tenham possibilitado o ingresso de milhares de negros e pobres nas universidades.” Por fim, Josias recorda o ex-governador de São Paulo do início da segunda metade do século passado, Adhemar de Barros, que até hoje, não se sabe o porquê, seu nome se transformou em avenida, no bairro de Ondina, aqui em Salvador: “Trata-se de uma reedição do velho discurso do 'rouba mas faz'. Só que num formato bem mais divertido.”.Texto:Samuel Celestino