Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira mostra que metade da população brasileira está acima do peso. Conforme dados coletados pelo Vigitel de 2014, 52,5% da população adulta do país está acima do peso ideal, um aumento de 23% nos últimos nove anos, quando a taxa era de 43%. Já o índice de obesidade - caracterizada quando a pessoa tem índice de massa corpórea acima de 30 - apresentou uma estabilização nos últimos três anos. No entanto, ele ainda é considerado alto: atinge 17,9% dos brasileiros.
Ao traçar o perfil da população com sobrepeso, a pesquisa constatou que o índice é maior entre a população masculina, que registrou uma taxa de 56,5%. Entre as mulheres, o índice cai para 49,1%. Já quando avaliado o colesterol, os dados se invertem: 22,2% da população feminina disseram ter diagnóstico médico alto da taxa, ante 17,6% dos homens. No país, 20% da população afirma ter colesterol alto. Os dados mostram ainda que o sobrepeso é maior em pessoas de 45 a 64 anos e com menor escolaridade.
O levantamento também traz dados detalhados das capitais: São Luís (MA) é a que apresenta menor índice de excesso de peso (46%), enquanto Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Fortaleza (CE) lideram o ranking (56%). Já Florianópolis (SC) destaca-se como a capital com menor índice de obesidade (14%). No topo da lista está Campo Grande (MS).
Maior cidade brasileira, São Paulo é a capital onde menos se pratica atividade física: apenas 30% dos adultos se exercitam. Em Florianópolis, o índice chega a 47%. Conforme a avaliação do Ministério da Saúde, a taxa paulistana pode ser justificada pela falta de espaço para a prática de atividades e um longo período de tempo em deslocamento dentro de veículos.
Nacionalmente, a frequência de adultos que praticam atividade física no tempo livre aumentou 18% nos últimos seis anos. De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, se não fosse esse dado, o sobrepeso da população brasileira seria ainda maior.
"O excesso de peso também é determinado pela alimentação. Enfrentar os fatores de risco é decisivo para uma vida mais saudável e para poder evitar complicações, mortes e sequelas. Todos nós temos ganhos imediatos na medida em que enfrentamos fatores de risco e transformamos a promoção da saúde em um elemento constitutivo da sociedade", disse.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos semanais para a prática da atividade física. Ainda conforme a entidade, 3,2 milhões de mortes por ano no mundo são atribuídas à atividade física insuficiente.
Para a elaboração da pesquisa, foram ouvidas, via contato telefônico, 40 853 pessoas com mais de 18 anos nas 27 unidades da federação.