A prefeitura de Santos (SP) solicitou neste sábado auxílio do governo federal e um reforço da Petrobras no combate às chamas do incêndio que voltou a se alastrar em tanques de combustível da empresa Ultracargo, no Porto de Santos. Em paralelo, a prefeitura já traça um plano de evacuação de bairros próximos ao local para o caso de o incêndio se agravar. O fogo, iniciado na quinta-feira, já dura três dias e não tem previsão de ser controlado.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), disse em entrevista à TV Tribuna que, por enquanto, não há necessidade de desocupar nenhuma área da cidade. Moradores de bairros como Piratininga e São Manoel, no entanto, receberam avisos por telefone e visitas de assistentes sociais com alertas para a situação do incêndio e a possibilidade de terem que desocupar as casas, de acordo com o jornal local A Tribuna.
"Tive contato com o vice-presidente da República, Michel Temer, solicitando as forças do governo federal, do Ministério da Defesa, e a ampliação da participação da Petrobras no combate ao incêndio", disse o prefeito. "Acionamos o Exército, a Marinha, através da Capitania dos Portos, e a Aeronáutica."
Segundo o prefeito, a Petrobras triplicou a quantidade de caminhões e plataformas disponíveis para combater as chamas. Os equipamentos usam uma espuma específica para controlar o fogo. O número de caminhões deve chegar a sete.
Assim, quatro tonéis pegam fogo desde o início da tarde deste sábado, em diferentes bacias de contenção no cais da Alemoa, no Porto de Santos. Diante do aumento do fogo, o governo de São Paulo decidiu instalar um gabinete de crise, formado pelo vice-governador e quatro secretários de Estado, para tomar providências em relação ao incêndio, que pode se alastrar ainda mais - novas explosões também não estão descartadas.
Ao lado do último tanque incendiado há outros dois. Um deles está vazio e o outro contém etanol. Eles não foram afetados até o momento. O novo incêndio começou no início da tarde deste sábado, apesar dos esforços dos bombeiros para conter a expansão do fogo. O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Santos, capitão Marcos Palumbo, disse que não há expectativa sobre em quanto tempo as chamas podem ser controladas. Segundo ele, o fogo em um tanque com 3 milhões de litros de gasolina pode demorar quatro dias - como os tonéis da Ultracargo possuem capacidade para 6 milhões de litros, o incêndio iniciado neste sábado pode demorar mais oito dias.
Palumbo declarou ainda que há dificuldades para preservar os tanques próximos aos já afetados devido às altas temperaturas - até 800 graus Celsius - que fazem evaporar a água usada para apagar as chamas e esfriar os tonéis. O porta-voz dos Bombeiros indicou que até agora foram utilizados 4 bilhões de litros de água extraída do mar por uma embarcação especializada e que o líquido depois é misturado a uma espuma que ajuda a baixar a temperatura ambiente no local do incêndio.
O balanço oficial da Prefeitura de Santos indica que 15 pessoas que trabalhavam no local receberam atendimento médico básico, três passaram por uma crise nervosa e um dos bombeiros sofreu uma pequena lesão no olho provocada por uma faísca. Ele permanece em observação, mas fora de perigo, e nenhuma das outras 18 pessoas atendidas foi hospitalizada.
Pela exposição às altas temperaturas, os 91 bombeiros que fazem parte da operação trabalham em contingentes com intervalos. No local foi montado um posto médico para examinar constantemente os socorristas. Devido ao incêndio, um dos acessos ao Porto de Santos foi bloqueado.
Gabinete de crise - O governo de São Paulo instalou o gabinete de crise na prefeitura de Santos, com objetivo de acompanhar e tomar providências em relação ao fogo nos tanques da Ultracargo. Fazem parte do grupo o vice-governador, Márcio França, os secretários de Governo, Saulo de Castro; da Casa Militar, José Roberto Rodrigues de Oliveira; da Segurança Pública, Alexandre de Moraes; e do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias. Também integram o comitê o comandante do Corpo de Bombeiros, Marco Aurélio Alves Pinto, e o subsecretário de Comunicação, Marcio Aith.Fonte:Veja