Vamos ver. Na manifestação do dia 15 de março, a Polícia Militar de São Paulo estimou em um milhão os manifestantes da Paulista, e o Datafolha em 250 mil — um quarto, portanto. Desta feita, a PM fala em 275 mil. Caso o instituto mantenha a proporcionalidade, apontará 68.750 pessoas. Indago: é essa a questão relevante? Qual é o número do conforto para a presidente Dilma? Dada a situação do país, a resposta é esta: não existe.
Se a questão é lidar com quantidades, só duas interessam: o movimento de hoje reuniu algumas vezes mais gente do que aquele convocado pela CUT, PT e movimentos sociais, tendo Lula como um de seus incentivadores. Quando movimentos que acabaram de nascer — como Vem pra Rua, Brasil Livre e Revoltados Online — juntam mais gente do que os aparelhos tradicionais do estatismo-esquerdismo, dá para apostar que algo de novo está em curso. E olhem que esses grupos são formados basicamente por jovens, que despertaram e despertam para a política livres do assédio moral das esquerdas.
Mais uma vez, no Brasil inteiro, vimos pessoas de verde-e-amarelo se manifestando em paz, com alegria, com entusiasmo. Nem sombra de violência, nada! Os protestos se dão num clima de absoluto respeito aos patrimônios público e privado. As Polícias Militares apenas acompanham os atos, entre um selfie e outro, porque não precisam recorrer ao uso legal e legítimo da força para conter baderneiros.
Sei que esse clima de respeito às leis, à institucionalidade e à Constituição mexe com os piores instintos dos esquerdistas, que fazem do rancor, da violência e do ódio o combustível de suas mui particulares concepções de justiça social.
Contra os fatos e contra a história, as esquerdas reivindicavam o monopólio do humanismo, da alegria e até do bom humor. Hoje, escondem-se atrás do teclado para demonizar o povo, pelo qual sempre nutriram profundo desprezo.
A foto
A foto lá do alto foi enviada à Folha por Alexsandro Quadros. Trata-se de um flagrante da manifestação de protesto na cidade de Jacareí, no interior de São Paulo, que tem pouco mais de 200 mil habitantes. Um Brasil de todas as raças, que compõem a raça humana (a única que existe), ali se manifesta. E come coxinha para tirar uma onda da cara dos petistas.
Jacareí acabará não entrando na conta do Palácio do Planalto. Mas Jacareí e outras centenas de cidades existem e abrigam brasileiros que foram às ruas.
As vozes se multiplicam país afora, e o PT, felizmente, se nega a reconhecer o óbvio. Que continue a errar. O Brasil agradece.
Por Reinaldo Azevedo