Após 20 anos tomando remédios controlados para emagrecer, Sandra Orthey, de 44 anos, decidiu mudar seus hábitos alimentares e emagrecer de forma saudável. Os doces, frituras, pães brancos e refrigerantes saíram da dieta da catarinense de Joinville e deram lugar às verduras, alimentos caseiros e muita água.
Em função dos anos que passou tomando remédios, Sandra teve palpitações no coração, taquicardia e procurou um médico que a proibiu de seguir com a medicação. Em consequência, engordou 20 quilos em dez meses. “Eu tomava seis meses de remédio e parava quatro. Quando eu via que estava engordando de novo, eu tomava de volta. E fiquei nesse efeito sanfona por 20 anos. Só parei para ter meus filhos”, conta.
Com problemas de autoestima, a dona de casa não tinha vontade de sair e de conversar. Além disso, as dores nos joelhos e articulações estavam afetando a rotina de Sandra. “Eu não tinha roupa que coubesse. Eu sempre fui magrinha, bem vestida, não queria que me vissem do jeito que eu estava.”
Com a morte de seu pai em julho de 2014, Sandra procurou um psiquiatra e amigo da família para desabafar. Durante o encontro, ele se mostrou surpreso com o sobrepeso da catarinense e indicou uma nutricionista para que ela fizesse uma consulta.
“Ele é um amigo da família, eu o procurei muito mais para conversar. Mas quando ele disse que eu estava gorda, fiquei arrasada. E quando cheguei em casa decidi que ia emagrecer.”
Apesar da indicação da nutricionista, Sandra decidiu que faria uma reeducação alimentar sem acompanhamento médico.
“Eu já tinha feito dieta da lua, dos pontos, da proteína, da banana, da sopa e nada funcionava, nada era para mim. Enquanto você segue a dieta está tudo bem, mas quando para engorda tudo de novo. Por isso eu tomava remédio, eu emagrecia sem parar de comer o que eu gostava. Desta última vez eu queria me reeducar.”
A primeira mudança foi o prato de comida. Com a saída da batata frita, bife na manteiga e macarrão alho e óleo, sobrou espaço para as verduras, legumes e carnes magras. Além disso, Sandra passou a fazer alguns alimentos de sua dieta para garantir que não tivessem açúcar e glúten. “Eu faço o meu pão integral, meu iogurte, cookies de aveia e meus bolos. Assim eu evito colocar lactose e sei que não tem glúten e açúcar no preparo.”
Junto com a dieta, Sandra passou a frequentar a academia cinco vezes na semana e aos finais de semana faz passeios de bicicleta. Aos poucos foi percebendo a mudança no corpo e se animando com a nova rotina.
“Eu já não estava feliz com meu corpo. Só usava legging e camisetão. Eu me olhava no espelho e não me reconhecia. E queria recuperar a minha vaidade. Era difícil sorrir. Hoje eu sou feliz. Eu saí do [manequim] 48 e fui para o 36. É muito bom.”
Mesmo com 26 quilos a menos, a felicidade da catarinense é perceber que as mudanças vão além da estética. Depois de muito tempo seguindo sua nova dieta, Sandra foi a um casamento e resolveu “pisar na jaca”. “Eu comi tudo o que tinha direito, todos os salgadinhos, mas no dia seguinte a sensação era de ressaca, parecia que eu tinha tomado um bar inteiro”, conta a dona de casa que acordou com dor de cabeça e muita azia. “Meu organismo não está mais aceitando esse tipo de alimentação e isso é muito bom.”
A meta de chegar aos 57 kg é muito diferente de quando tomava os remédios. “Eu chegava a pesar 51 kg com a medicação, mas eu ficava envelhecida, ficava muito magra. E com os 57 eu não fico tão abatida e esse objetivo respeita o meu corpo. E eu não sou mais uma menininha de 20 anos, né?”