Após revelar que a escalação de jogadores para a seleção brasileira sofre intervenções da empresa que organiza os amistosos da equipe, o jornal Estado de São Paulo publicou nesta terça-feira (19) novos documentos que denunciam um maior controle da ISE sobre a equipe de futebol do Brasil. Segundo a reportagem, o preço dos ingressos, treinos abertos e até o esquema de entrevistas dos jogadores é determinado pela organização com “sede” nas Ilhas Cayman.
“A ISE é a única parte responsável pelos ingressos das partidas e outros eventos relacionados, e terá o direito exclusivo de vender ou oferecer os ingressos destas partidas e eventos, de receber toda a renda vinda da venda de ingressos, de designar os lugares dos espectadores, de definir os preços dos ingressos e de realizar qualquer outro ato relacionado aos mesmos”, revela o contrato, onde também aponta que a Confederação Brasileira de Futebol tem direito a apenas 100 ingressos na Categoria A, 30 ingressos VIP e 20 ingressos V VIP.
Em caso de qualquer violação do acordo, o grupo tem todo direito de multar a CBF, inclusive em caso de cancelamento de partida tanto com o valor da taxa de comparecimento (1 milhão de dólares) quanto por uma indenização equivalente a duas vezes essa mesma quantia. Além de determinar os amistosos e a bilheteria dos confrontos, a ISE também influência a agenda dos jogadores nas concentrações da seleção brasileira e exige até mesmo quem fala com a imprensa ou comparece em outros eventos.
“Conferências de imprensa, com a participação de ao menos o treinador, um membro do quadro diretivo e quatro jogadores a serem designados pela ISE, incluindo o capitão do time”, aponta. Outro ponto do acordo indica que mesmo sem a anuência da comissão técnica brasileira, a ISE “poderá organizar uma sessão de treinamento aberta com propósitos comerciais ou não para cada partida”.