Luiz Inácio Apedeuta da Silva, aquele que está com medo de ir para o xadrez, resolveu me atacar no congresso do PT. Segundo disse, sou um “blogueiro falastrão” porque escrevi, numa coluna da Folha, no dia 25 de abril do ano passado, que o PT havia começado a morrer. E olhem que eu nem antevia o fim iminente do partido — vai acontecer quando ele não estiver mais entre nós; que demore bastante! Eu o quero em pé para assistir ao enterro de sua quimera. Eu me referia ao fim de um ente com vocação hegemônica. Só isso. Na coluna da sexta passada, dei a coisa por encerrada: o PT está morto. Isso que está por aí, recendendo a cadaverina, é um corpo em decomposição.
Eu sou o falastrão? Quem é que veio a público há dois meses em tom de ameaça: “Olhem que eu volto”? Volte, sim, Lula! O Brasil está ansioso para derrota-lo nas urnas pela quarta vez (as outras: 1989, 1994 e 1998). Não! Não é só por Dilma! O país está é com o saco cheio do PT e de Lula. Numa coisa o Babalorixá de Banânia tem razão: o partido está abaixo do volume morto. Ou talvez não tenha. “Volume morto” é um nome tonto que se deu à reserva estratégica de água, que o petismo, com a sua renitente capacidade de mentir, tentou transformar em lodo e lama. A água do volume morto, devidamente tratada — a exemplo de qualquer outra —, serve ao consumo humano. O PT já não serve mais. É lodo. É lama.
Segundo o Datafolha, se a eleição fosse hoje, no cenário em que Aécio Neves é candidato do PSDB, Lula teria 25% dos votos, contra 35% do senador mineiro. Marina Silva (PSB ou Rede, sei lá), aparece com 18%. Lula ficaria numericamente à frente, com 26%, no cenário dois, em que o nome do PSDB é Geraldo Alckmin, com 20%. Nesse caso, Marina fica com 25%. Veja ilustração no alto, publicada na edição impressa da Folha. É uma pena que o Datafolha não tenha feito simulação de segundo turno. Tenho a certeza de que o Poderoso Chefão do partido putrefato perderia para Aécio, Alckmin e Marina.
Preconceito? Não! Sinal de salubridade do povo brasileiro. Acabou a mística petista. Lula, o mito, exibe seus pés de barro. E quanto mais esperneia, com suas boçalidades habituais, pior! Não! Não é só por Dilma! É pelo PT! É bem verdade que ela conduz um governo que nega de maneira meticulosa cada promessa de campanha. É bem verdade que, dia após dia, o brasileiro vê a presidente desmentir as promessas da candidata. É bem verdade que a constatação clara, palpável, inequívoca e indubitável do estelionato eleitoral contribui para elevar a sua rejeição a um nível que só não é inédito porque houve Collor, o impichado. Mas não é só por ela. O povo já não aceita um outro petista em seu lugar.
E a rejeição vai aumentar porque a economia vai piorar — desta feita, sem gordura para queimar e sem chance de ficar praticando irresponsabilidades fiscais para compensar uma equação que não fecha. Acabou a quimera luliana.
Impeachment
Se hoje se encaminhasse um processo de impeachment, com o afastamento definitivo da presidente, a nação respiraria aliviada, como respirou quando Collor foi defenestrado da Presidência. E é evidente que motivos existem. As lambanças fiscais apontadas pelo Ministério Público junto ao TCU caracterizam claro crime de responsabilidade. Dilma só não é impichada porque hoje depende da boa-vontade de estranhos. Os petistas vaiam Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara? Deveriam é aplaudi-lo.
Avaliação dos outros políticos
O Datafolha também quis saber como a população avalia políticos que acabaram se sobressaindo na crise. Só 31% dizem conhecer bem (10%) ou um pouco (21%) Michel Temer (PMDB), vice-presidente. Nesse grupo, a aprovação é de 15%. Afirmam conhecer bem (5%) ou um pouco (17%) Eduardo Cunha 22%, e 17% o aprovam. Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado é bem conhecido (9%) ou um pouco (18%) por 27%, com 13% de ótimo e bom.
Texto da Folha afirma, a partir desses dados, que suas respectivas aprovações “não são tão melhores que a de Dilma”. Não procede. Ainda que a avaliação tenha sido feita entre os que dizem conhecê-los “bem” ou “um pouco”, todo especialista em pesquisa sabe que tal juízo, quando o grau de conhecimento é muito baixo, não tem valor. De toda sorte, as respectivas taxas de ruim/péssimo de Temer, Cunha e Renan são 37%, 28% e 34%. Dilma daria hoje o braço direito para ter esses números. E o esquerdo também. Ela está encalacrada porque é conhecida por 100% dos eleitores, e, desses, 65% consideram seu desempenho ruim ou péssimo.
Ah, sim: 19% sustentam conhecer Joaquim Levy bem (4%) ou um pouco (15%). Nesse grupo, 20% aprovam a sua atuação, e 26% a rejeitam. Até que ele está bem, coitado!, já que virou o bode expiatório e o saco de pancada do ajuste recessivo, que tem de ser feito para corrigir as bobagens acumuladas ao longo de 12 anos.
Encerro
Volte, falastrão! O Brasil quer acertar as contas com você!
Por Reinaldo Azevedo