Passa valer em todo o Brasil, a partir dessa quinta-feira (23), um procedimento único para quem precisa da pílula antiaids. Ela é recomendada para quem passou por alguma situação de risco com o vírus HIV.
As pílulas são distribuídas pelo SUS desde os anos 90. O que muda agora é que o Ministério da Saúde decidiu unificar o atendimento. Não vai ser preciso, por exemplo, um médico especialista no tratamento da Aids para prescrever o remédio.
O procedimento vai ser o mesmo para todas as pessoas que passaram por alguma situação de risco, sejam os profissionais de saúde que tiveram algum acidente de trabalho ou alguém que manteve relação sexual com uma pessoa soropositivo sem camisinha.
“No esquema atual, a pessoa vai tomar somente três comprimidos, que contêm quatro drogas combinadas contra o HIV. Antes, dependia do caso, mas geralmente, a pessoa tomava seis comprimidos ao dia, às vezes quatro, cinco”, explica a infectologista Claudia Lourenço.
O tempo do tratamento também mudou. O paciente que tomou a pílula antiaids era acompanhando pelos médicos durante seis meses e agora ele fica sob os cuidados apenas por três meses. Os médicos acham que é suficiente, porque os medicamentos são cada vez mais eficazes.
No ano passado, 22 mil pessoas fizeram o tratamento com a pílula antiaids que 28 dias seguidos. O tratamento deve começar em até 72 horas após a exposição ao vírus, mas o ideal mesmo é tomar a pílula logo nas duas primeiras horas.
Para os médicos, melhor que o tratamento é a prevenção à exposição ao vírus. “Antes que ocorra algum risco de exposição ao vírus HIV, o importante é se prevenir. A maneira mais segura de se prevenir é usar o preservativo de maneira adequada em todas as relações sexuais”, alerta Josué Lima, coordenador do programa DST/AIDS Campinas.
Márcio de Oliveira, polidor automotivo, contraiu o vírus HIV há 20 anos, em uma relação sexual sem preservativo. “Na época que eu me contaminei, eu tinha camisinha no bolso, só que eu não usei”, relata.
Fonte: Jornal Hoje