quinta-feira, 23 de julho de 2015
Berb Borges:"Nossas intervenções em nossa atuação como profissional de segurança pública nos apontam a desagregação familiar"
Tempos difíceis estes, não?
Seria esta era por demais insuportável para nós simples mortais? Que há? Quem sabe?
A nossa vida , creio, está marcada por fatos que nos envolvem em mundos que povoamos e que não nos sentimos habitantes confortáveis deles.
Mergulhou nossa existência numa perspectiva jamais pensada, quiçá vivida.
Como lidar com problemas antigos, hoje vistos de uma forma aniquiladora da condição humana?
Como suportar o peso das consequências que nos trazem os velhos problemas novos?
A separação dos casais, por exemplo, sempre existiu. Porém hoje, para muitos, isto pode representar a ruína de várias vidas, que estão ligadas aos seus pais e estes têm o direito de serem felizes, mas que serão, de certa forma, corresponsáveis, pelos resultados negativos de seus filhos.
Não está obrigado a concordar com o que escrevo. Tudo bem! Mas observará em seu derredor que muitos problemas nascem ali no seio da família. São, por assim dizer, potencializados no lar.
Como vão os lares de hoje? Vão bem, obrigado!, muitos podem dizer.
Mas que vemos de fato?
Quase todas as nossas intervenções em nossa atuação como profissional de segurança pública nos apontam a desagregação familiar como causa primordial dos conflitos.
Como modificar esse estado de coisas?
Bem sabemos que num mundo tão propício aos desajustes, dificilmente as soluções virão sem uma mudança de atitudes.
As pessoas terão que mudar por completo formas de convivência, valorizando atitudes que têm a tolerância como condição central desta possibilidade, bem como ser capazes de aperceberem-se que o outro é condição mesma de sua própria existência.
O que estamos aqui a dizer não é nenhuma novidade, já há muito se diz isto. Contudo, talvez o modo como essa mensagem esteja sendo processada pelos seres humanos, seja a questão primordial.
Como nos chegam as mensagens de solidariedade? Será necessário ocorrência de catástrofes para aguçarmos nossos sentimentos de piedade e empatia?
Como lidar com o outro diametralmente diferente de nós? Como suportar o peso do egoísmo que invariavelmente nos acompanha?
Como lidar com percas, desapegos, quando tudo aponta para a proteção e defesa de nossos bens, quase sempre conquistados a custo de esforço e dedicação?
Ora, a consciência de que somos um ser em potência e que podemos melhorar sempre mais um pouquinho pode ser um indicativo de superação das barreiras que vêm colaborando para nos comportarmos como seres que ainda têm muito que aprender, principalmente quando o assunto é viver em paz, com o outro e consigo mesmo.
Fé e Paz!
(por Bergborges)