Um estudo das universidades de Surrey e de Huddersfield, ambas da Inglaterra, mostrou que pessoas que acreditam ser "moralmente superiores" são mais propensas a intervir em conflitos públicos. Publicada no Journal of Politeness Research, a pesquisa revelou que esses taxados "arrogantes" são motivados a interferir em disputas alheias quando consideram a conduta presenciada como imoral ou socialmente inaceitável.
Para estudar a reação dos indivíduos ao presenciarem os conflitos, os cientistas contrataram atores para reproduzir cenas cotidianas em espaços públicos. Depois, anotavam como reagiam transeuntes.
A encenação contou com três cenários diferentes. No primeiro, um casal discutiu em um parque. A namorada chorava, pois era humilhada pelo namorado, machista. No segundo, um garçom ofendia um casal de lésbicas que comia em um restaurante. No último, um garoto era hostilizado por amigos, em um shopping, ao contar que é gay.
Em todas as situações, esperava-se para ver qual tipo de indivíduo intervinha nas cenas. Após a ação, os pesquisadores entrevistavam o interventor, que normalmente tomava a atitude por julgar que seus conceitos morais eram mais corretos que os dos outros participantes do conflito.
Para os pesquisadores, mesmo que a prática de "se meter na conversa alheia" seja considerada como indelicada, a franqueza é desencadeada quando ocorre a violação de direitos da vítima. Os interventores consideravam que esses direitos eram tão básicos e evidentes que nem se preocupavam em parecer indelicados.