Um acordo desenhado com a participação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve excluir o PT do comando das quatro Comissões Parlamentares de Inquérito criadas pela Casa nas próximas semanas. Entre elas estão a CPI do BNDES e a dos Fundos de Pensão, que têm potencial para atingir diretamente o governo.
Ao DEM, caberá a presidência da CPI dos Fundos de Pensão. A CPI do BNDES será presidida pelo PMDB. A relatoria da primeira CPI deve ficar com um peemedebista, enquanto a segunda terá um deputado do PR como relator.
"O PT pleitear presidência das comissões é legítimo ao partido, mas ele vai ter que construir uma maioria de votos necessária para a eleição. Não parece provável neste momento", disse nesta segunda-feira o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria na Câmara.
Apesar do acordo, o PT ainda se esforça para ficar com pelo menos um posto de comando. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), diz que o bloco formado pelo PT, pelo PR e outros partidos, é que tem direito à relatoria da CPI do BNDES. "Quem decide é a base. Nem o presidente nem a oposição decide quem vai ser o relator de uma CPI. É o direito do bloco", que também assegurou: "Era só o que faltava a primeira bancada da Câmara ficar fora dos comandos da CPI", afirmou o petista nesta segunda.
As investigações sobre o BNDES podem expor ainda mais a rede de corrupção envolvendo autoridades do governo e grandes empreiteiras, além de jogar luz sobre o papel do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na obtenção de negócios para essas companhias no exterior. Lula já é investigado por tráfico de influência justamente por sua atuação em favor da Odebrecht.
As outras duas CPIs que sairão do papel investigarão os crimes cibernéticos e os maus tratos a animais. Elas serão presididas por PSDB e PSD, respectivamente.Fonte:Veja