Os prefeitos de cidades da microrregião de Feira de Santana e representantes dos municípios se mostraram interessados em implementar a regionalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), durante audiência pública realizada na tarde de sexta-feira (7). Participaram do encontro o deputado federal Jorge Solla, os deputados estaduais Carlos Geilson, Zé Neto e Gika Lopes, vereadores, servidores do Samu e do Ministério Público. Na reunião, ficou definido que a regionalização vai ser concretizada.
O promotor Aldo Rodrigues, que tem atuação nas áreas de saúde e educação, explica que a preocupação do Ministério Público sobre a regionalização do Samu é operacionalizar o sistema e fazer com que ela tenha um efetivo funcionamento como determina portaria. “Que efetivamente tenha uma regionalização funcionando, uma central de regulação funcionando, com todos os organismos envolvidos, os hospitais, as centrais, as unidades de atendimento”, afirmou.
De acordo com ele, será encaminhada uma notificação aos prefeitos e à coordenadora do Samu de Feira de Santana, para tomarem ciência formal dessas reuniões que aconteceram recentemente, a fim de viabilizar um acordo entre os próprios municípios sobre o co-financiamento. “E também verificar uma ação judicial que existe na 2ª Vara da Fazenda Pública, que suspendeu um processo seletivo que houve anteriormente para contratação do pessoal necessário. Em início de setembro nós vamos sentar todos juntos”, informou o promotor.
O prefeito de Santo Estevão, Orlando Santiago, disse que não tem dificuldades em participar da regionalização do Samu e anunciou que fez investimentos em duas ambulâncias iguais às que são usadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. “Eu vou tirar o recurso de outras prioridades para fazer jus ao pagamento do Samu”, disse.
O prefeito de Amélia Rodrigues, Antonio Paim, afirmou que estava querendo devolver ambulâncias do Samu por falta de recursos financeiros, mas desistiu da ideia.
“Eu não ia sozinho bancar essa ambulância da unidade avançada pelo custo dela, pois isso iria afetar no meu orçamento e complicar o cumprimento das nossas obrigações. Seria um gasto inicial de 133 mil, que é o custo atual de uma ambulância. Eu não gosto de passar dificuldade e não gosto de dever nada a ninguém. Então a gente fez esse encaminhamento, e a partir daí foi ótimo, porque todo mundo se movimentou e saiu essa questão”, explicou.
O enfermeiro Edklércio Mendonça também falou durante a audiência e acredita que a discussão sobre a regionalização do Samu deveria ser técnica. Na opinião dele, Feira de Santana não tem estrutura para receber mais pacientes de cidades da microrregião. “Regionalizar o Samu da forma que está aí é pegar 28 municípios desestruturados e simplesmente oficializar a empurroterapia”, declarou.
O deputado Zé Neto pontuou que as cidades que vão participar da regionalização precisam melhorar o atendimento básico. “É preciso saber como nós vamos encaixar a responsabilidade de Feira, que é núcleo e recebe dinheiro desses municípios. Eu acho que se houver diálogo a gente pode chegar a um serviço mais qualificado e mais humanizado”, afirmou.
Na opinião do deputado federal Jorge Solla, a audiência pública teve uma boa resolução para implementação do Samu. “Nós saímos daqui com um acordo firmado, em que a central de Feira de Santana vai ser disponibilizada para todos os municípios da microrregião e que cada prefeito vai sentar com a central para combinar as datas de início de operação, para que a prefeitura de Feira possa entrar em contato com a concessionária telefônica para disponibilizar o 192.”
Questionado se a regionalização do Samu não causaria mais problemas para o atendimento em Feira de Santana, Jorge Solla afirmou que não haverá tantas dificuldades e que os pacientes vão ser trazidos em melhores condições pelas viaturas do Samu. “A diferença com o Samu funcionando é que o paciente já vai chegar estabilizado, tendo tido o primeiro atendimento no município dele, com condições melhores de salvar a sua vida, evitar sequelas, ou de evitar que aqui em Feira tenha uma assistência mais demorada”, disse.
O vereador Beldes Ramos, que organizou a audiência pública o resultado das discussões como positivo. "Foi uma audiência propositiva. O foco ficou na resolução, e a avaliação maior que eu faço foi a representatividade que nós tivemos aqui. Foram falas que convergiram numa só: do que jeito que está não dá mais para mais continuar", acrescentou. Fonte:Acorda Cidade