Como justificativa para troca de mensagens contatos com o doleiro, o ex-deputado disse que era porque nunca recebeu o que lhe era devido e por isso cobrava Youssef com frequência. “Ele tinha consciência de que as coisas não eram acertadas pontualmente.
Eu tinha que chorar. Excelência, Alberto Youssef tem algo, uma facilidade como comerciante muito grande, se vende muito bem do ponto de vista empresarial. Mas todas as tratativas financeiras dificilmente ele conseguia cumprir, sempre tinha dificuldade, dizia ‘passa a conta que eu deposito’ e não depositava, ‘aguarde que vou sacar e lhe levo em dinheiro, vou mandar lhe entregar’ e não entregava, ‘vou mandar um pagamento único na conta de seu irmão’ e não fazia. Ele não cumpriu as diversas negociações, não formalizou, não concretizou o que se falava. Daí a insistência”, afirmou em depoimento.
Argôlo é réu da Operação Jato por corrupção e lavagem de dinheiro após a força-tarefa constatar que o então deputado esteve 52 vezes em um escritório do doleiro, na Avenida São Gabriel, em São Paulo, entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012. E mais 26 vezes em outros escritório de Youssef, na rua Renato Paes de Barros, entre março de 2013 e fevereiro de 2014.
Os investigadores constataram ainda que o então deputado recebeu R$ 1,24 milhão do doleiro entre setembro de 2012 e janeiro de 2014, em 17 pagamentos, de acordo com o Estado de S. Paulo. Em sua delação premiada Youssef, que teria conhecido Argôlo na casa de Mario Negromonte, afirmou que o PP mantinha o domínio dos negócios da Diretoria de Abastecimento da Petrobras.
“Eu sempre relatava a ele (Youssef) a falta de oportunidade que o partido não me dava, eu era o mais jovem do PP, nunca me davam inserção na TV, não participava das emendas dentro do partido, um sistema muito conservador. Eu me queixava nesse sentido. Nunca recebi propina de Alberto Youssef, nunca vi dólar na mão dele. Não fiz campanha custeada por empresa contratada pela Petrobras”, declarou.Fonte Bahia Noticias