Líder do PT no Senado, o senador Humberto Costa (PE) afirmou nesta sexta-feira (25), em entrevista à Rádio Jornal, do Recife, que a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira) não deve ser aprovada em 2015 pelo Congresso "sob nenhuma hipótese". A recriação do imposto é uma das alternativas da presidente Dilma Rousseff (PT) para aumentar a arrecadação e resolver o déficit de R$ 30 bilhões no orçamento da União em 2016 sem cortar programas sociais.
"Se vier a ser aprovado, não se aprova este ano sob nenhuma hipótese. Eu não vejo como. Eu quero estar enganado, mas eu não vejo como", disse Humberto Costa, que prometeu votar na matéria se ela for "uma coisa absolutamente necessária". "Não adianta você querer forçar a barra em alguma coisa que a viabilidade é pequena. Por exemplo dentro desse pacote a possibilidade de aprovação da CPMF, por mais que seja um imposto justo e tenha possibilidade de arrecadação. Mas hoje, essa possibilidade eu acho muito pequena tanto na Câmara, quanto no Senado", alertou o petista.
O pernambucano, que foi ministro da Saúde no governo Lula, apontou a repatriação de recursos brasileiros no exterior como uma saída para o déficit no orçamento. Segundo Humberto, o governo precisa botar força para votar logo o projeto, que pode ampliar o caixa em até R$ 100 bilhões. "O problema do superávit do ano que vem pode estar resolvido sem a necessidade de a gente votar a CPMF agora. Quem sabe a economia melhora, a arrecadação aumenta e o déficit diminui", pontuou.
PMDB - Durante a entrevista, o senador petista classificou como de uma "ambiguidade intencional" o programa de TV do PMDB apresentado nessa quinta (24) em rede nacional, que foca no vice-presidente Michel Temer, critica a falta de rumos no país e promete reunificar o Brasil. "A intenção que eles tiveram foi tentar dar uma conotação de unidade. Que o PMDB tem condição de ser essa força de unidade para eventualmente governar o Brasil caso o golpe tenha sucesso", disparou.
Ao comentar a reforma ministerial em andamento pelo Planalto, Humberto também disse que o PT vai ter que conviver e aceitar um maior peso do PMDB na Esplanada dos Ministérios porque é preciso recompor a governabilidade para dar seguimento ao projeto político petista com a presidente Dilma.
"O PMDB, naturalmente pela própria necessidade de nós termos essa governabildiade na Câmara e no Senado, onde eles têm bancadas grandes, deverá ter uma participação mais efetiva. Seja a frente de ministérios mais importantes ou de um número maior de ministérios. E principalmente que sejam parlamentares. Eu acho que nós erramos lá atrás na formação do governo porque ao invés de fazer o que ela está fazendo agora, ouvir sugestões das bancadas e receber indicações de nomes, achava que podia indicar quem quisesse e pelo fato de ser do partido isso garantiria um apoio", explicou.
Fonte:jconline.ne10.uol.com.br