O PMDB já não tem como esconder a sua decisão que caminha a passos firmes para um afastamento da base de sustentação congressual do governo Dilma. O partido e o PT travam uma guerra que antes era de desentendimento entre as legendas, mas fica claro que já está em etapa mais avançada. Na reunião desta teça-feira (8) à noite, no Palácio do Jaburu - palácio oficial dos vice-presidentes -, Michel Temer convidou os principais nomes da legenda, ministros, governadores, congressistas, inclusive os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, além de líderes partidários para discutir os acontecimentos do momento, o que vale dizer, discutir a crise. Chegaram, no final, a uma conclusão que põe Dilma Rousseff contra a parede: o PMDB não dará apoio a nada que represente custos, como novos impostos para a população já sem fôlego e exige que o governo faça cortes nos gastos, como prometera.
Foi uma longa discussão. Numa análise mais aprofundada dos resultados conclusivos chega-se a um impasse entre a legenda e o governo, consequentemente a abertura de um caminho para o afastamento da base de apoio. Diante do agravamento da crise, fato que fica claro a cada dia, enquanto o governo Dilma se debruçava na semana passada na discussão sobre novos impostos, inclusive o aumento do Imposto de Renda para pessoa física, do Cide (imposto sobre combustível) , CPMF, que morreu na semana anterior, e outras estradas sempre alicerçada por imposto, o PMDB preferiu ir para o lado oposto: o corte das despesas do governo (que é de fato uma máquina de gastos). A decisão foi seca: nada que penalize mais a população, porque, presume-se, nada nesta direção será aprovado pelo Congresso.
Mais ainda. Como o PT está em sérias dificuldades e já perde espaço na política nacional, a legenda que Lula fundou (que também pouco a pouco se isola) poderá ficar sem base para o governo petista, porque os principais partidos tenderão a acompanhar a posição do PMDB, como, como é o caso do PSDB e do DEM (oposições), além de outros legendas menores que não terão o menor interesse em ficar contra a população de modo geral. Enfim, na reunião de terça-feira à noite no Jaburu, com seis governadores de estados que gemiam com as dificuldades que enfrentam, e mais figurões do partido, o PMDB colocou Dilma, o PT e o governo numa sinuca. Tipo “toma que o filho é teu”.Fonte:Bahia Noticias