Um bombardeio contra um hospital da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no Afeganistão, matou neste sábado pelo menos nove membros da instituição e feriu gravemente mais de trinta. Dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas. Dezenove dos feridos também pertencem à equipe da MSF, informou a organização.
As vítimas em estado mais grave foram transferidas para um hospital regional em Puli Khumri, a cerca de duas horas de distância do local dos ataques. A MSF classificou o bombardeio como "horrível" e condenou "nos termos mais enérgicos" o ataque ao hospital, que ficou parcialmente destruído. A organização esclareceu que tinha dado as coordenadas específicas do centro para todas as partes do conflito, incluídos os talibãs e as tropas afegãs e americanas. "O bombardeio continuou durante mais de 30 minutos depois de as autoridades militares americanas e afegãs fossem informadas em Cabul e Washington", afirma a organização humanitária.
O porta-voz das tropas americanas no Afeganistão, o coronel Brian Tribos, reconheceu que um bombardeio dos EUA em Kunduz pode "ter produzido dano colateral a uma instalação médica próxima", mas não entrou em detalhes e só acrescentou que o "incidente" está "sob investigação". Pouco depois, o governo afegão afirmou que o ataque partiu dos EUA.
Na segunda-feira, os talibãs tomaram Kunduz em um ataque que tirou as autoridades da cidade, estratégica para as comunicações do norte do país, na vitória mais importante dos insurgentes desde que foram tirados do poder em 2001. As tropas afegãs declararam ter retomado a cidade na quinta-feira com um contra-ataque que contou com apoio aéreo dos Estados Unidos, mas desde então a batalha continua na cidade.
(Com agência EFE)