O papa Francisco disse nesta segunda-feira, em um importante encontro católico sobre questões familiares, que a Igreja não deve ser um "museu de memórias" e precisa ter a coragem de mudar. A reunião de três semanas de bispos do todo o mundo, conhecida como Sínodo, discutirá maneiras de defender a família e tornar o casamento para a vida toda mais atraente para os jovens, ao mesmo tempo em que busca uma forma de acomodar os católicos descontentes, como os homossexuais e os divorciados.
O encontro, que tem a participação de 300 bispos, delegados e observadores, foi precedido de uma intensa disputa entre católicos conservadores e liberais sobre uma série de questões sensíveis. Em seu pronunciamento para abrir a primeira sessão dos trabalhos, Francisco disse que os bispos não devem apenas falar, mas tentar ouvir o que Deus quer para a Igreja e prestar atenção nas opiniões diferentes entre si.
Ele pediu para os bispos se livrarem de convenções e preconceitos. O para falou que os bispos não deveriam "apontar o dedo uns para os outros e julgá-los" ou se sentir superior àqueles com ideias diferentes. Em um aceno aos conservadores, o papa pediu coragem para "não se deixar intimidar pelas seduções do mundo" e modas passageiras. Mas, em uma passagem que parecia ser dirigida aos tradicionalistas inflexíveis, Francisco disse que os bispos devem também tomar cuidado com o "endurecimento de alguns corações, que apesar das boas intenções, mantêm as pessoas longe de Deus".
O pontífice afirmou que a fé cristã "não é um museu para guardar e ser visto", mas deve ser uma fonte de inspiração. Os bispos, que estão reunidos a portas fechadas, apresentarão relatórios ao papa, que poderá usá-los para escrever o seu próprio documento, conhecido uma Exortação Apostólica, sobre questões familiares. Em todo o mundo, a Igreja Católica tem 1,2 bilhão de fieis.Fonte:Veja