O presidente francês, François Hollande, irá se encontrar com o secretário de Estado americano, John Kerry, no Palácio do Eliseu, nesta terça-feira, quatro dias após os mais sangrentos atentados já cometidos na França desde a II Guerra Mundial.
Em pronunciamento ao Parlamento francês nesta segunda-feira, Hollande propôs uma coalizão com Estados Unidos e Rússia para combater o Estado Islâmico e acrescentou que, para isso, Washington e Moscou devem deixar de lado suas diferenças políticas em relação à Síria. Hollande anunciou que quer se encontrar, "nos próximos dias", com seus colegas russo e americano, os presidentes Vladimir Putin e Barack Obama, "para unir nossas forças" contra o Estado Islâmico na Síria.
O presidente francês apresentou um pacote de medidas antiterror em pronunciamento, realizado no Palácio de Versalhes. "A França está em guerra", declarou, ao pedir que os parlamentares e a população reajam com "sangue frio" ao terrorismo. Hollande afirmou que o estado de emergência, decretado após os atentados da última sexta-feira que deixaram 129 mortos em Paris, deve se estender por três meses.
De acordo com o Departamento de Estado americano, Kerry chegou nesta segunda à noite a Paris para testemunhar a "relação forte" que liga os Estados Unidos e a França e manifestar a "determinação" dos dois aliados de lutar contra o terrorismo. O encontro está previsto para acontecer amanhã, às 9h40 (6h40 no horário de Brasília).
Durante sua visita, que não foi divulgada com antecedência por questões de segurança, Kerry "reafirmará o compromisso dos Estados Unidos com nossa forte relação com a França", disse seu porta-voz John Kirby, no desembarque do secretário. John Kerry estava em Antalya, na Turquia, onde participou da cúpula do G20.
Ajuda britânica - A Grã-Bretanha pode reforçar a coalizão contra o EI. Londres deve reconsiderar sua ausência nos bombardeios internacionais contra o grupo jihadista na Síria, disse nesta segunda-feira o ministro britânico da Defesa, Michael Fallon. "Temos que pensar novamente como podemos ajudar a atingir mais fortemente o Estado islâmico e isto leva inevitavelmente a considerar participar dos bombardeios na Síria", disse Fallon.
O Reino Unido participa dos ataques ao EI no Iraque, mas não na Síria. O governo de David Cameron quer um amplo apoio do Parlamento e, embora conte com a maioria absoluta, quer um consenso entre os partidos. No entanto, o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, se opõe a qualquer ação.
"A luta da França é a nossa luta", acrescentou Fallon, "e temos que examinar todas as opções para ajudar". O ministro disse que franceses, americanos e turcos agradeceriam a participação britânica.
(Com agência France Presse)