Peço licença para não tratar do rame-rame do terceiro mandato de Lula, que já deu um golpe em Dilma. Só falta Henrique Meirelles no lugar de Joaquim Levy. Também me dispensarei de falar de Eduardo Cunha e suas contas na Suíça, a não ser isto: “Fora, Dilma! Fora, Cunha!”.
Vou para outra dimensão, lá nas esferas do mundo sonhático de Marina Silva, a líder da Rede, que já nasce soterrada por ideias velhas, ainda que aqui e ali as pererecas coaxem utopias, os passarinhos piem amanhãs, as florestas assoviem redenções… Podem faltar ideias, mas sobram efeitos sonoros.
Marina é contra o impeachment de Dilma, cuja permanência no poder lhe é útil. Uma presidente exangue em 2018 leva o PT para as cordas e deixa o eleitorado de esquerda à procura de uma… Silva! Ou será que só os outros podem ser santos do pau oco, mas não ela, que vem do seringal? Ora…
Nesta quinta, Marina concedeu uma entrevista a Roberto D’Ávila, da Globo News. E se saiu com esta pérola:
“As lideranças políticas do país têm que ter uma curva de aprendizagem. Se foi possível ao Fernando Henrique manter diálogo com o Antônio Carlos Magalhães, e ao Lula manter diálogo com o Sarney, com o Collor, com o Renan Calheiros, com o Eduardo Cunha, por que não é possível o diálogo entre o Fernando Henrique sociólogo e o Lula operário? Esse é o momento de cada um daqueles que já cumpriram a sua função darem as mãos ao Brasil.”Fonte:Reinaldo Azevedo