A abertura do processo do Conselho de Ética contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mudou, em parte, o cenário político e tirou da pauta a presidente Dilma Rousseff, o que não ocorreu com Lula, cujo filho, Luis Cláudio, teria faturado algo em torno de 2,4 milhões de reais. Não somente ele, mas o irmão Lulinha aparece envolvido. Em cena, isolado quem está é Cunha às voltas com a cassação do seu mandato, o que é possível, mas não provável. Os próximos dias serão para ele complicados se continuar a fazer acusações que poderão levar à desmoralização total da Câmara dos Deputados, a começar pelo próprio Conselho de Ética, isto se os parlamentares que o integram não se comportarem como deles se espera. Prometem que farão a parte que lhes cabe no colegiado. Convém aguardar para ver se acontece como dizem.
Se assim for, pior para Cunha. Não se espera, porém, bons presságios que seriam exatamente colocar o presidente da Câmara contra a parede e desmoralizá-lo mais do que já está. A crise política assumiu o lugar da crise econômica que ronda em torno das dificuldades que os brasileiros experimentam, enquanto Dilma parece fechar-se em copas e não aproveita do momento que se lhe oferece para contornar as suas dificuldades com a política. Seria do seu dever impulsionar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para que tente (se Lula deixar) resolver as questões da economia que a cada dia piora, aumentando os problemas que se generalizam.
Quem está agora na berlinda, pelo visto, é mesmo Eduardo Cunha e não se acredita que desta berlinda ele possa sair facilmente, já que a sua situação piora em todos os sentidos e de todas as formas. Na verdade, para Cunha a saída praticamente já não existe, a não ser que, como ele próprio disse, a Câmara seja mais corrupta do que se imagina, ao citar que 150 deputados estão envolvidos com processos no Supremo Tribunal Federal e que poderiam estar respondendo também processos no Conselho de Ética pelas mesmas acusações a ele feitas. Em outra forma de dizer, passíveis de terem seus mandatos cassados.
O deputado passa a bola adiante, porque é justamente ele quem responde a processo no STF, somado ainda a processo no Conselho de Ética. A complicação pode ser também de outros integrantes da Câmara, mas por ora, Cunha é o alvo do momento. Difícil se distanciar de uma complicação que ele mesmo concebera em supostas corrupções envolvendo, ademais, com suas contas secretas na Suíça, a sua mulher e a filha. Os próximos dias serão importantes para se ter uma ideia, a partir do Conselho de Ética, do que ocorrerá com o presidente da Câmara.Fonte:Bahia Noticias