Diante do clima de despedida do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta sexta-feira (18) que cabe à presidente Dilma Rousseff definir quais caminhos serão adotados na política econômica do País. "Quem banca a política econômica não é o ministro da Fazenda. Quem banca a política econômica é a presidenta da República e ela convoca o ministro para cumprir", disse. A intervenção da presidente nas decisões da equipe econômica tem sido uma das mais frequentes críticas do mercado em relação ao governo Dilma.
Jaques Wagner afirmou que não sabe se a presidente já decidiu substituir o ministro, mas que foi informada do tom de despedida que Levy usou na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) de quinta-feira. "A decisão sobre o ministro Levy é da presidenta. Não sei se quer e se já decidiu fazer (a troca do ministro)", disse Wagner em uma conversa com jornalistas após encontro na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
"Parece que ontem, ele teria se despedido. Não sei se brincando ou falando sério. Mas essa é uma decisão privada dela (presidente Dilma) com ele. Não sei se terão alguma conversa hoje", completou. Questionado sobre qual nome seria o ideal para assumir o cargo, Wagner afirmou que a escolha do "perfil" do ministro da Fazenda é da presidente. Ele disse, no entanto, que o novo nome tem que ser não apenas um quadro técnico, mas também político.
"Eu não gosto muito dessa separação político e técnico, porque eu brinco sempre: um técnico puro que for um elefante em cristaleira, em seis meses, cria muito problema para o governo. E uma seda entre cristais que não resolva nada não resolve a vida do governo", disse. Wagner afirmou que a missão de Levy de aplicar as medidas do ajuste fiscal não foi fácil é que caberá à Dilma decidir quais são os próximos passos da economia. "Se a presidente entender que está na hora de modular o ajuste, é decisão pessoal dela", afirmou. O ministro da Casa Civil afirmou ainda que não queria fazer nenhum juízo de valor sobre a atuação do ministro Levy.Fonte:Estadão