O ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira a abertura de dois novos inquéritos para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS). Os três foram citados por delatores do escândalo do petrolão como autoridades que receberam propina a partir de contratos fraudados na Petrobras. Por decisão de Zavascki, também será investigado o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado pelos investigadores do petrolão como o preposto de Calheiros nas negociações de propina.
Em acordo de delação premiada, conforme revelou VEJA, Baiano contou que o esquema de corrupção na área internacional da Petrobras começou em 2006, no governo Lula, e envolveu os senadores Renan Calheiros (PMDB), Delcídio Amaral (PT), Jader Barbalho (PMDB) e o ex-ministro Silas Rondeau, que, após o mensalão, substituiu Dilma Rousseff na pasta de Minas e Energia. Todos negam as acusações.
Apontado pelo Ministério Público como o operador do PMDB no escândalo do petrolão, o lobista Fernando 'Baiano' Soares admitiu que atuou em "repasses pontuais" de dinheiro sujo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a Renan Calheiros. Ele disse que repassou propina a integrantes do partido relativa à compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e de contratos de sondas. "[Baiano] realizou apenas alguns repasses pontuais envolvendo o PMDB, dentre eles o relacionado a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros, quanto a este sempre por meio de Jorge Luz", disse. Luz é uma espécie de lobista histórico da Petrobras.
Em outros depoimentos que embasam a Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa informou às autoridades que Renan recebia dinheiro de empreiteiras contratadas pela estatal, realizava as negociatas em sua própria casa e recolhia propina da Transpetro, subsidiária da Petrobras então controlada por Sergio Machado, seu aliado. Renan Calheiros é alvo de inquéritos no STF, mas ainda não foi denunciado pelo Ministério Público.Fonte:Veja