“Aumentando o número de bueiros podemos tentar aumentar o escoamento da água. Eu vou solicitar também a Cerb um estudo de engenharia, para ver a possibilidade de construção de uma barragem que possa eventualmente regular a vazão de água do rio e dos seus afluentes, para diminuir o risco de alagamento. Nós também vamos fazer um levantamento de todas as casas que estão em uma área muito baixa e fazer um programa habitacional que retire essas famílias. Nós temos que conscientizar essas pessoas, que no mesmo nível da água não é possível ficar porque infelizmente já é difícil comprar eletrodomésticos, móveis e de tempos em tempos as pessoas estão perdendo tudo. Isto não faz o menor sentido”, disse Rui Costa.
“Desde sábado (23), nós e a prefeitura, já estamos retirando as famílias que estavam em condição de risco e colocando-as em abrigos. Agora que a água abaixou começa a segunda etapa que é identificar aquelas casas que correm risco de desabamento. Estas casas serão destruídas e as famílias receberão aluguel social até que nós possamos construir casas para elas. A ideia é construir um conjunto habitacional aqui para alocar não só as pessoas desabrigadas, mas também para fazer um reassentamento de famílias e tirar as casas que estão muito próximas ao rio. Tinham algumas que inclusive estavam construindo pilares no leito do rio”, disse.
A ponte da BR-324, que teve as cabeceiras levadas pela correnteza do Rio Verde, conhecido como Boqueirão, durante as fortes chuvas na cidade deve ser liberada até sexta-feira (29). A reconstrução está sendo realizada por equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dito).
Rui Costa destacou que as famílias estão recebendo apoio do governo estadual em conjunto com a prefeitura municipal e está sendo feito um levantamento para obter o número exato de famílias desabrigadas. “A prefeitura fez um trabalho de fotografia, de identificação das áreas destruídas, agora precisa complementar esse trabalho fazendo o orçamento de cada, de cada estrutura que foi danificada. Eu já me comprometi a ir com a prefeita ao Ministério da Integração para apresentar um relatório completo das casas e da estrutura da cidade. Vamos ajudar com maquinário do consórcio e maquinário do estado, para recuperar mais rapidamente as vias vicinais e as vias de aceso a Riachão.
“Já mandamos um material de ontem para hoje, colchão, filtro e vamos ajudar com cestas básicas e equipes de engenharia farão visitas individuais nos imóveis. Um engenheiro vai assinar um atestado indicando se a pessoa pode voltar para a casa, agora que a água abaixou, ou se ela será demolida. Nós temos municípios aqui fora do eixo do São Francisco, eu diria que Riachão do Jacuípe foi o mais afetado. Infelizmente a burocracia demora, mas essas famílias não estarão desamparadas. O mais importante é que a vida foi salva, elas vão pra uma casa de aluguel, fora da área de risco e vão ter seu aluguel pago pelo estado da Bahia e pela prefeitura, até que nós consigamos entregar a casa. Eu espero que com o lançamento do Minha Casa Minha vida, terceira etapa que a presidenta acabou de lançar, nós possamos entregar mais rapidamente essas casas”, disse o governador.
“A real situação agora é a reconstrução de tudo aquilo que foi danificado, as estradas, que estão em péssimas situações, as pontes que quebraram, as famílias que estão desalojadas e que precisam da total atenção. Nós estamos distribuindo cestas básicas e três refeições por dia. Ontem contabilizamos 865 famílias, e hoje já estava em 930 famílias. Isso dá em torno de quase quatro mil pessoas. Algumas famílias estão voltando para casa, nós estamos analisando com a defesa civil as residências que estão em estado crítico. Há residências que estão longe do rio e algumas pessoas estão voltando, mas voltar sem uma análise de suas residências é perigoso. A gente pede um pouco de paciência, um pouco de calma, para que voltem com segurança para as suas casas”.
A prefeita agradeceu as doações que estão chegando na cidade. Segundo ela, Riachão do Jacuípe está recebendo ajuda do governo do estado, de cidades vizinhas, de igrejas e de associações.
“É uma luta de mãos dadas, de todos os seres humanos que têm um coração bondoso para ajudar neste momento tão difícil. Nós contabilizando quatro residências que desabaram e outras estão danificadas porque a água realmente tomou conta das casas e tem algumas que estão muito danificadas no telhado, na parede e no piso. A Defesa Civil está fazendo uma análise para obter um quantitativo. No primeiro instante a preocupação foi abrigar as famílias e alimentá-las”, ressaltou a prefeita.
Segundo ela, cinco bairros foram afetados: Alto do Cruzeiro, Ranchinho, Bela Vista, Barra-Alto do Cemitério e Jatobá.
Com fotos e informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
