Cartas escritas pelo Papa João Paulo II revelam uma relação próxima entre ele e uma filósofa polonesa casada. Os documentos obtidos pela BBC eram mantidos em segredo na Biblioteca Nacional da Polônia e apontam que Karol Wojtyla conheceu Anna-Teresa Tymieniecka em 1973, cinco anos antes deles se tornar líder da Igreja Católica, mas não indica que tenha acontecido uma quebra de celibato.
"Aqui temos uma das grandes figuras públicas transcendentais do século 20, o chefe da Igreja Católica, em uma relação intensa com uma mulher casada", constata Eamon Duffy, professor de história do cristianismo na Universidade de Cambridge.
A filósofa morava nos Estados Unidos e tinha três filhos. As cartas redigidas por ela para o papa não foram reveladas. Segundo a BBC, os escritos do pontífice começaram formais, mas se tornaram mais íntimos com o passar do tempo. Em setembro de 1976, ele a descreve como um "presente de Deus" e mostra dificuldades para definir a relação que eles mantinham. "Minha querida Teresa, recebi todas as três cartas.
Você escreve sobre estar arrasada, mas não consegui encontrar resposta a essas palavras", escreveu. No mesmo mês, ele enviou outra carta revelando que havia presenteado Teresa com um escapulário: "No ano passado, já estava buscando uma resposta a essas palavras:
'Eu pertenço a você', e finalmente, antes de partir da Polônia, encontrei uma maneira, um escapulário. A dimensão na qual aceito e sinto você em todo lugar em todos os tipos de situações, quando você está perto e quando está distante”. João Paulo II morreu em 2005, depois de ser papa por 27 anos. Em 2014, ele foi declarado santo pelo Vaticano.