Em um anúncio que chocou o mundo da astronomia, cientistas disseram nesta quinta-feira (11) que finalmente detectaram ondas gravitacionais, reverberações na fábrica do espaço-tempo previstas por Albert Einstein há um século. Alguns cientistas compararam a grandeza da novidade ao momento em que Galileu Galilei pegou um telescópio para observar os planetas. A descoberta dessas ondas, criadas por violentas colisões no universo, empolgou os cientistas, porque abre a porta para uma nova maneira de observar o cosmos. Para eles, é como passar do cinema mudo ao falado, porque essas ondas são a trilha sonora do universo.
"Até este momento, nós tínhamos nossos olhos no céu e não podíamos escutar a música", comparou o astrofísico Szabolcs Marka, da Universidade Columbia, membro da equipe que fez a descoberta. "Os céus nunca mais serão os mesmos", completou. As ondas gravitacionais, primeiro teorizadas por Albert Einstein em 1916 como parte de sua teoria geral da relatividade, são extraordinariamente débeis reverberações no espaço-tempo, a difícil de penetrar quarta dimensão, que combina o tempo com as outras três dimensões espaciais.
Quanto objetos com muita massa, porém compactos, como os buracos negros ou as estrelas de nêutrons, colidem, eles emitem reverberações gravitacionais pelo universo. Cientistas encontraram provas indiretas da existência de ondas gravitacionais nos anos 1970 - a partir de dados de computação que mostraram mudanças mínimas na órbita de duas estrelas que colidiram - e esse trabalho foi consagrado como parte do Nobel de Física de 1993. Mas o anúncio desta quinta foi uma detecção direta da onda gravitacional.
O próprio Einstein, ao teorizar sobre o assunto, achou que os cientistas nunca conseguiriam ouvir as ondas gravitacionais. Posteriormente, Einstein chegou a questionar se essas ondas realmente existiam, nos anos 1930, mas nos anos 1960 cientistas concluíram que provavelmente sim.Fonte:por Associated Press | Estadão Conteúdo