Ainda sem uma solução para conter o avanço do vírus zika, o governo federal fez um apelo nesta quarta-feira a entidades religiosas para que ajudem na campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
A presidente Dilma Rousseff se reuniu com representantes do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e pediu apoio das igrejas na conscientização da população sobre as medidas para prevenir a proliferação do mosquito. "Nós recebemos o convite e o desafio da presidente para trabalhar no sentido de mobilizar as nossas congregações para enfrentar o problema do zika.
A presidente fez um pedido para que as igrejas se envolvessem e ajudassem. Ela conta com isso", disse dom Flávio Irala, presidente do conselho. "Grande parte da população brasileira é composta por pessoas religiosas e a maioria é cristã. Elas frequentam a igreja todas as semanas. Então, se as igrejas começarem a incluir nas suas discussões, além da questão religiosa e espiritual, a do saneamento básico e do combate ao Aedes, certamente haverá um impacto muito grande na sociedade brasileira", acrescentou.
Ligado a casos de microcefalia em bebês, o zika deve provocar, em breve, uma outra discussão no Judiciário: o aborto de fetos diagnosticados com a doença. Ainda não há entre as entidades religiosas uma posição definida sobre essa possibilidade, já defendida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a reunião desta tarde, porém, o governo evitou entrar na questão. (Marcela Mattos, de Brasília)