Populares no mundo todo, os sites de encontros trouxeram um formato novo para uma atividade tão antiga quanto o ser humano – a busca por um companheiro, ou pelo menos por sexo. Mas um estudo mostra que certas normas sociais permanecem as mesmas, como a resistência das mulheres em dar o primeiro passo.
Um experimento conduzido pela Universidade McGill, no Canadá, examinou o impacto de um recurso “premium” oferecido a usuários de um grande site de paquera on-line da América do Norte – a navegação anônima. De um total de 100 mil novos integrantes, escolhidos aleatoriamente, 50 mil tiveram acesso à vantagem de graça, durante um mês. Ele podiam visualizar os perfis de outros usuários sem deixar vestígios, ou seja, a pessoa não era vista na lista de visitantes recentes.
Os pesquisadores esperavam que o recurso do anonimato anulasse certas inibições. E isso realmente aconteceu: comparados com o grupo controle, os usuários foram mais propensos, por exemplo, a analisar perfis do mesmo sexo e de etnias diferentes.
No entanto, os que navegaram anonimamente também acabaram trocando menos mensagens com outros usuários, especialmente as mulheres. Entre aquelas que utilizaram o recurso, a média de investidas foi 14% mais baixa.
Para os autores, isso aconteceu porque as mulheres ainda evitam tomar a iniciativa. Elas preferem apenas enviar o que os pesquisadores chamam de “sinal fraco”, e deixar visível o fato de terem visitado o perfil é uma forma de fazer isso. No ambiente real, é como dar um olhar mais longo para um potencial parceiro na festa, mas deixar que ele venha puxar papo.
Segundo os pesquisadores, os homens enviam quatro vezes mais mensagens do que as mulheres. Por isso, para eles, o anonimato não mudou tanto o cenário.
Para os administradores de sites de namoro, fica a mensagem de que o anonimato pode não ser tão útil para usuários médios, ainda que muita gente esteja disposta a pagar pelo recurso. Já para quem acabou de entrar no universo das paqueras on-line, fica a dica: os rituais de acasalamento mudaram, mas não muito.Fonte:doutorjairo.blogosfera.uol.com.br