Centenas de pessoas participaram na tarde desta quinta-feira (31), de um ato público em defesa da democracia e contra o afastamento da Presidente da República Dilma Roussef. Inicialmente, por volta das 15h, os manifestantes se concentraram na Praça Dom Pedro II (Nordestino), na Avenida Senhor dos Passos, em seguida os grupos foram se aglomerando e por volta das 17h iniciou-se uma passeata pelas ruas do centro comercial.
O trajeto, principalmente pela Avenida Senhor dos Passos, chamava a atenção dos comerciários que ficavam observando a movimentação nas portas das lojas. Os manifestantes se concentraram em frente a prefeitura e seguiram pela Avenida Getúlio Vargas, encerrando o ato no cruzamento da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Barão do Rio Branco.
A manifestação contou com a participação de representantes de entidades sindicais, movimentos populares, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), associações de moradores, professores e alguns representes de órgãos públicos federais.
A advogada Thaís Carvalho que é da Frente Brasil Popular, uma das entidades responsáveis pela organização do ato público em Feira de Santana informou que o povo está ocupando as ruas do Brasil inteiro neste dia 31 de março que é uma data histórica, quando se completam 52 anos da implantação do golpe militar. Na opinião dela o que está se vendo agora é um novo golpe com uma nova roupagem.
“Trata-se de derrubar uma presidente que foi eleita por 54 milhões de brasileiros e que aquelas pessoas que não votaram nela estão inconformadas com os resultados das urnas e tentam deslegitimar os votos de milhões de brasileiros que elegeram Dilma em 2014”, destacou.
Segundo a advogada, se Dilma Roussef for afastada do cargo haverá uma lesão à democracia e isso é um precedente que não deve ser permitido. “A gente já viu, o custo do golpe foi de 20 anos de censura, de perseguição e a agenda que está colocada por aqueles que defendem o golpe não é só impedir a presidente é também estabelecer restrições à liberdade de expressão e a livre organização”, salientou Thaís.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, José Ferreira Sales disse que esse momento é muito importante para a classe trabalhadora, que tem a oportunidade de vir para a rua defender os seus direitos e a democracia do Brasil. “Não vamos aceitar de jeito nenhum um golpe nesse país. E também não vamos aceitar que os direitos dos trabalhadores sejam atingidos por quem quer que seja. E por isso estamos nas ruas, afirmou”.
Na opinião do deputado estadual José Neto do PT, o povo de Feira de Santana não poderia ficar de fora desta manifestação de hoje. “Estamos dizendo claramente que as políticas implementadas pelo Governo Federal foram importantes para incluir pessoas. Aqui na cidade 50 mil famílias recebem bolsa família, tem uma universidade federal hoje em pleno funcionamento, 45 mil casas do Programa Minha Casa Minha Vida, atendendo a população carente com investimentos de mais 2,6 bilhões de reais”, afirmou.
Ele disse que no ato de hoje não está só defendendo essas políticas citadas e sim a democracia para se fazer com que a eleição vencida pela presidente Dilma Roussef seja respeitada. “Não é possível que venha com essa história de pedaladas fiscais do ano de 2014 do mandato anterior. Pedaladas fiscais foram cometidas por todos os presidentes e só no ano passado 16 governadores cometeram pedaladas fiscais e isso não poderia gerar um crime de responsabilidade da presidente”, disse Zé Neto.