Com o cerco da Polícia Federal se fechando contra Lula, o PT está pressionando o ex-presidente para que ele assuma um ministério, a fim de conseguir foro privilegiado. A estratégia é que, se ocupar uma pasta, o petista não ficará nas mãos do juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba (PR) e foi quem expediu o mandado de condução coercitiva contra o petista, na última sexta-feira, no âmbito da 24ª fase da operação.
O assunto foi tratado em uma reunião na noite desta terça-feira entre Lula, Dilma e ministros, no Palácio da Alvorada, em Brasília. "Aumentou no PT a pressão para que Lula assuma um ministério, para tentar também esboçar uma reação do governo às arbitrariedades que estão ocorrendo", afirmou um amigo do ex-presidente. Lula, porém, está resistindo à ideia.
Ele não quer aceitar nenhum cargo no governo sob o argumento de que isso passaria a impressão de confissão de culpa. Apesar da pressão, Lula tem feito um diagnóstico positivo sobre a ação da Lava Jato. "A partir de agora, se me prenderem, eu viro herói. Se me matarem, viro mártir. E, se me deixarem solto, viro presidente de novo", disse Lula a mais de um interlocutor. (Com Estadão Conteúdo)