Mais de 200 militantes petistas protestaram neste domingo diante da sede da TV Globo no Rio de
Janeiro para denunciar "a perseguição dos meios de comunicação" ao ex-presidente Lula no caso de corrupção na Petrobras. "Se atacarem Lula, estão me atacando", gritavam os manifestantes, com bandeiras vermelhas do Partido dos Trabalhadores (PT).
Na sexta-feira, o ex-presidente petista foi alvo de um mandado de condução coercitiva em São Paulo para ser interrogado a respeito do escândalo de corrupção na estatal brasileira. O juiz Sergio Moro, que coordenada as ações da Operação Lava Jato, emitiu uma nota no sábado em que justifica seu pedido para o depoimento coercitivo do ex-presidente Lula e lamenta que "as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes". Moro também explica que "as medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-presidente".
Declarando-se humilhado pela medida coercitiva, Lula afirmou que poderia ter comparecido de forma voluntária para depor e denunciou a situação como um "circo" jurídico midiático após seu interrogatório. O ex-presidente anunciou que lutará até o fim, e fez referência a sua possível candidatura para as eleições presidenciais de 2018, convocando seus simpatizantes a sair às ruas para defender o PT.
Segundo o procurador Fernando dos Santos Lima, Lula se beneficiou de muitos favores de grandes empresas construtoras envolvidas no escândalo da Petrobras. Na noite de sexta-feira, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido da defesa de Lula para interromper as investigações contra ele e definir qual braço do Ministério Público estaria apto a apurar irregularidades atribuídas ao petista.
(Com AFP)