"Vamos encerrar por aqui. Mais tarde eu volto. Abração, pessoal", concluiu o deputado Caio Nárcio (PSDB-MG) na sua primeira transmissão desta sexta-feira, abrindo espaço ainda para dedicatórias a seus espectadores que acompanhavam ao vivo sua publicação no Facebook diretamente da comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Logo à frente, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que também é advogado, usava o mesmo aplicativo para explicar questões procedimentais da ação que pode levar a presidente a perder o mandato.
Ao lado, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) fazia uma dobradinha com um aliado alternando as declarações dele e do amigo no vídeo. As "conversas" com eleitores se tornaram rotina na comissão do impeachment e ganharam força principalmente nesta sexta-feira, quando os deputados se reúnem para fazer o último debate antes da votação do parecer que pede o afastamento de Dilma.
A previsão é de uma longa jornada pela frente, com a conclusão dos trabalhos apenas durante a madrugada. Enquanto isso, o colegiado vira palco para o contato virtual entre deputados e as bases eleitorais, pegando carona no grande envolvimento popular em torno do processo contra Dilma. Com uma lista de mais de 100 inscritos para se pronunciar sobre a cassação da presidente, as conversas unilaterais também tomam conta do plenário.
Diante do barulho da comissão, o presidente teve de intervir e cobrar atenção dos deputados: "Impossível. É o momento da discussão de um parecer que pode ou não ser aprovado e será submetido ao plenário. Vamos escutar esse momento tão importante do debate de alto nível", pediu Rogério Rosso (PSD-DF).Fonte:Veja (Marcela Mattos, de Brasília)