O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles saiu na tarde deste sábado de reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer, e disse que não recebeu convite oficial para ocupar o cargo de ministro da Fazenda em um eventual governo do vice. Questionado pelos jornalistas se aceitaria o posto, Meirelles respondeu: "Não trabalho com hipóteses".
Ele acrescentou, no entanto, que está disposto a aconselhar Temer, como sempre fez. Meirelles disse também que Temer mostrou uma visão "correta" da economia. "Pelas perguntas que Temer fez, me parece que ele está com uma visão bastante correta e adequada, o que eu acho muito positivo, sobre a economia."
Meirelles falou na saída do Palácio do Jaburu, onde participou de reunião nesta tarde com Temer, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Filiado ao PSD, Meirelles é um dos nomes que estão sendo cotados para a pasta da Fazenda caso Michel Temer assuma Presidência, em decorrência de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.
Henrique Meirelles presidiu o Banco Central de 2003 a 2011, durante os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência.
Manifestação - Mais cedo, um grupo de cerca de 150 pessoas fez um protesto em frente ao Jaburu contra Temer. O movimento, organizado pelo Levante Popular da Juventude, é o mesmo que tem realizado protestos contra outros políticos que votaram a favor do impeachment e que também havia se manifestado em frente a casa de Temer em São Paulo, no último dia 21. O protesto é pacífico e a segurança no Jaburu não foi reforçada por causa do movimento.
Um dos militantes disse que o grupo veio dar um recado a Temer, de que não aceita qualquer tipo de retrocesso no país. "Nós não vamos aceitar nenhum retrocesso nos direitos dos trabalhadores", afirmou um dos líderes do movimento. Adi Spezia, do Levante Popular da Juventude, acrescentou que eles decidiram realizar esse protesto hoje justamente porque Temer receberá visitas. Segundo ela, o movimento continuará protestando contra a postura do vice-presidente.
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)