Uma paróquia de Taguatinga, no Distrito Federal, recebeu R$ 350 mil em propina da OAS que era destinada ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Em entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (12), procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato esclareceram que o montante foi depositado em uma conta corrente da Paróquia São Pedro, ligada à igreja católica. Argello era frequentador da paróquia, que continuará sendo investigada para avaliar se ela sabia da origem ilícita dos valores.
"Uma paróquia ou mesmo uma igreja de qualquer denominação é muito suscetível como fonte de dinheiro em espécie, porque ela recebe muitas doações. Esse tipo de conduta é que estamos verificando hoje. Se esse pagamento em dinheiro é uma contra partida que pode indicar lavagem de dinheiro. Existem outras formas também de pagamento de serviços pela paróquia, então vamos aprofundar as investigações", afirmou o procurador Carlos Fernando de Lima. A força-tarefa também vai apurar se há algum tipo de influência de pessoas dessa paróquia nas campanhas de Argello.
Ao todo, o ex-senador recebeu R$ 5,35 milhões para barrar as investigações para barrar as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no Senado Federal e também a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instaurada no Congresso Nacional, que apuraram irregularidades na Petrobras em 2014 .
Os outros R$ 5 milhões em propinas para Argello foram pagos pela UTC por meio de pagamentos oficiais para a coligação União e Força nas eleições de 2014. Faziam parte da coligação quatro partidos: DEM, PR, PMN e PRTB.
Os procuradores da Lava Jato disseram que as acusações contra o ex-senador partiram de uma cisão de inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou a parte das investigações para a 13ª Vara Federal de Curitiba. Os procuradores da Lava Jato destacaram que não possuem provas contra pessoas com foro privilegiado relativas à CPI e à CPMI da Petrobras e que, se elas se existem, estão no STF.