O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou neste domingo (24), após reunião no Palácio do Jaburu, que o vice-presidente da República, Michel Temer, não é a favor de aumentos de impostos.
"Ele ouviu atentamente a tudo isso [propostas] e não é a favor de aumento de impostos", declarou Skaf, na saída do encontro, em Brasília. Questionado se o vice concorda com a visão da Fiesp, contrária à alta na carga tributária, ele respondeu: "Concorda".
O G1 procurou a assessoria do vice-presidente para comentar as declarações, mas não obteve contato até a última atualização desta reportagem.
Questionado se Temer se comprometeu a retirar a CPMF da pauta se vier a assumir o governo, em caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff no impeachment, Skaf disse que não veio pegar "compromissos" do vice-presidente.
Sem dúvida, o governo pode fazer hoje o mesmo que todas as empresas estão fazendo: procurando negociar bem as suas compras, renegociar algumas situações, de forma a enquadrar suas despesas na capacidade das receitas"
"Eu vim conversar com o vice-presidente e tentar mostrar uma realidade que as empresas, que as pessoas, estão passando. Há uma falta de total confiança no atual governo, na atual presidente, e essa falta de confiança faz com que os investimentos parem, e faz com que o consumo também pare, por insegurança do emprego. Tem que se restabelecer a confiança no Brasil e, com confiança e credibilidade, a roda da economia volta a andar", afirmou.
Acompanhado de outros diretores da Fiesp, que apoia o impeachment de Dilma, Skaf levou ao vice uma proposta de ajuste fiscal sem necessidade de aumento de tributos. Uma das medidas defendidas, por exemplo, é o corte de ministérios no governo.
O presidente da Fiesp disse que há formas de equilibrar as contas sem prejudicar programas sociais. "Há muito desperdício, há muito gasto que pode ser evitado", afirmou. "Sem dúvida, o governo pode fazer hoje o mesmo que todas as empresas estão fazendo: procurando negociar bem as suas compras, renegociar algumas situações, de forma a enquadrar suas despesas na capacidade das receitas", explicou.Fonte:G1