Era de se esperar que o governo Temer marcasse passo a partir do seu ministério composto, basicamente, por indicações de partidos políticos que o ajudaram, na Câmara e no Senado, no processo de aprovação do impeachment. Temer nunca ficara, na verdade, afastado desse movimento. Um governo interino, como o que ora se vê, teria de estar atrelado a estes partidos, sem os quais não conseguiria comandar o país, por necessitar do Congresso para aprovar as reformas constitucionais, econômicas e outras mais, para tirá-lo da crise em que está mergulhado.
O próprio PT passou a reconhecer que Dilma e Lula erraram nos setores político e econômico. Esta avaliação dos petistas pode levá-los a desconfiar – ou até aceitar - que a presidente já não tem como retornar ao seu posto. O que Michel Temer está a fazer senão abrir espaços para o segmento político, aceitando a indicação do deputado André Moura para ser seu líder na Câmara? Provavelmente está engolindo sapos. Moura tem vinculação com Eduardo Cunha, um nome detestado na República.
O presidente montou o seu ministério a partir do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, seu principal nome e braço direito. Ele será o grande responsável pela economia. É o nome das reformas. Fora daí há mais outro de amigos da sua confiança. De resto, distribuiu os demais cargos do ministério para a indicação dos partidos políticos que o apoiaram para chegar à presidência interina. De uma forma mais direta: segurou a área da economia com Meirelles e distribuiu os demais com os partidos. Dilma não conseguiu fazer nem uma coisa nem outra e desabou. Difícil será o seu retorno ao cargo.Fonte:Bahia Noticias