terça-feira, 24 de maio de 2016
Rebeliões em presídios deixam 14 mortos no Ceará
Catorze detentos foram mortos em rebeliões nas unidades prisionais do Ceará desde sábado, segundo informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado. As mortes aconteceram durante conflitos entre os próprios presos, segundo a pasta. Na segunda-feira, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, atendeu a pedido do governador Camilo Santana (PT) e autorizou envio de homens da Força Nacional para combater a crise prisional no Estado.
"Lamento profundamente o que vem acontecendo em nossas unidades prisionais e não medirei esforços, junto com nossas forças de segurança, para que haja a estabilidade do sistema penal o mais rápido possível. Minha determinação é para que todas as medidas necessárias para isso sejam tomadas", afirmou Santana.
As rebeliões nas unidades começaram no último sábado, quando parentes foram impedidos de visitar os presos por causa de uma greve de agentes penitenciários que reivindicavam aumento salarial. No mesmo dia, o governo estadual cedeu e resolveu ampliar de 60% para 100% a gratificação por serviço de risco, que será feita de forma escalonada até 2018. Os agentes aceitaram, a greve acabou, mas a instabilidade nos presídios permaneceu.
Dentre os detentos mortos estão homens que respondiam por latrocínio, tráfico, furto, roubo, homicídio. Seis corpos ainda aguardavam identificação por especialistas da perícia forense.
A Secretaria de Justiça informou ainda que uma operação de policiais e agentes penitenciários identificou na segunda um túnel na unidade Agente Luciano Andrade Lima, em Itaitinga, na região metropolitana de Fortaleza. Não há confirmação oficial de fugas. Nesta unidade estava Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, um dos líderes do furto de 164 milhões de reais do Banco Central, cometido há mais de 10 anos.
(Com Estadão Conteúdo)