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A BIBLIA É A PALAVRA DO DEUS VIVO JEOVÁ.

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DISSE JEOVÁ DEUS: Pois Jeová falou: "Criei e eduquei filhos, Mas eles se revoltaram contra mim. O touro conhece bem o seu dono, E o jumento, a manjedoura do seu proprietário; Mas Israel não me conhece, Meu próprio povo não se comporta com entendimento.” Ai da nação pecadora, Povo carregado de erro, Descendência de malfeitores, filhos que se corromperam! Abandonaram a Jeová".Isaías 1:1-31

sábado, 18 de junho de 2016

Tasso Franco:SERRINHA 140 ANOS:"Se arrastando que nem cobra pelo chão"

O município de Serrinha completa nesta segunda-feira, 13, 140 anos de sua emancipação politica de Irará (Purificação dos Campos), decreto da Assembleia Legislativa Provincial sancionado pelo presidente da Província, Luiz Antonio da Silva Santos.

   Serrinha era um Arraial e Distrito de Paz desde 1838 e Sítio (ou localidade) desde 1723 quando Bernardo da Silva comprou as terras da herdaeira dos Guedes de Brito, de sua filha Isabel.

   Somente 15 anos depois de sua emancipação politica é que Serrinha ganhou a condicão de cidade, em 30 de junho de 1891, na intendência de Marianno Sylvio Ribeiro (1890/1893), há 123 anos.

   O nome da Filarmônica 30 de Junho vem daí fundada em 30 de junho de 1896. O Distrito de Paz (separado de Água Fria) é de 1 de junho de 1838.

   O que desejo destacar nesse comentário é que Serrinha é uma das localidades mais antigas da Bahia, na região Nordeste e seu original município era imenso fazendo divisa com Tucano, ao Norte; ao Sul, com Irará; a Leste com Água Fria e Nova Soure; e a Oeste com Coité.

   Depois, com as emancipações dos distritos de Pedra (Teofilândia), Manga (Biritinga), Lamarão, Araci e Barrocas ficou menor, ainda assim com grande território, sede da Microrregião Administrativa do Estado/NE.

   Serrinha tinha um patrimônio arquitetônico dos mais expressivos do Nordeste da Bahia, um casario que erguido desde a época do Brasil Colônia (1549/1822), do Brasil Imperial (1822/1889) - este o mais significativo; e da República Velha (1889/1930) e esse patrimônio foi aniquilado pelas chamadas 'picaretas do progresso'.

   Uma situação abominável, cruel, terrivel.

   Até a década de 1960, a mancha matriz principal da cidade, a antiga Praça Manuel Victorino (hoje, Luiz Nogueira) ainda convervava boa parte desse casario, alguns exemplares da Colônia e outros do Império. E modelos do neoclássico da República.

   Passados pouco mais de 50 anos, tudo foi abaixo. Só restam nesta praça a Igreja Matriz, o local da morada de Bernardo da Silva (a antiga sede da Prefeitura caindo aos pedaços), o casarão da familia Nogueira (repartição da Prefeitura), a casa de Sêo Miroró e a antiga casa do ex-4º intendente Joaquim Hortélio da Silva (1904-1907), em ruinas. Tudo o mais foi abaixo.

   Não se pode culpar a esse ou aquele prefeito e sim a todos e a todos os vereadores nesses últimos 50 anos. Isso porque nunca fizeram uma legislação que proibisse essa derrubada.

   O tempo foi passado, Serrinha não estava enquadrada dentro dos propósitos do IPHAN e do IPAC entidades que tinham os olhos mais voltados para centros históricos mais antigos (Salvador, Cachoeira, Ilhéus, Itapicuru, Rio de Contas, Mucugê, etc) e o que resta na cidade fora desse centro histórico mancha matriz são alguns exemplares conservados por familias, como é o caso do chalé dos meus avós na praça Miguel Carneiro; a antiga casa dos Pedreiras de Freitas; a casa linha clássica de Edmundo Bacelar na Rua da Estação; e alguns exemplares na Rua Direita, na Barão e Cotegipe e só.

   A mancha da antiga Leste Brasileiro, ainda restam a casa de dona Peti, o Hotel (hoje hospital da familia Ferreira), casas de antigos ferroviários e a estação do trem, abandonada.

   Infelizmente, esse é o quadro do centro histórico de Serrinha. Os gestores municipais - todos eles - nunca deram atenção a essa aspecto, nem a cultura, salvo algunas festas que fazem para enganar a população, assim mesmo mambembes.

   A cidade tinha Carnaval (acabou), tinha São João (acabou), tinha ternos de reis (acabou), tinha saraus literários (acabaram), tinha biblioteca pública (semi-acabou), tinha escola de música na 30 de Junho (está mantida graças a iniciativa privada) e seu calendário cultural não existe.

   Esse é o qudro. Os politicos locais entendem que cultura não dá voto; que patrimônio é pra passar o trator por cima; e o que vale são 'politicas sociais', cisternas, tanques, estradas vicinais, num enganatório completo. Não tem uma ação administrativa vitoriosa permanente em Serrinha. Fazem uma coisa ali, outra acolá; e depois desaparecem.

   Ação industrial, zero; ação no desenvolvimento de novas tecnologias, zero; ação cultural permanente, zero; e o municipio vai se arrastando, como diz Gilberto Gil, que nem cobra pelo chão, vendo a procissão do progresso passar.

   Ainda assim, quem é filho da Serra, a ama.Fonte:Bahia Já