Ausente da sessão do Conselho de Ética que deveria examinar o relatório do processo contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que levou ao adiamento da votação, a deputada Tia Eron (PRB-BA) ressurgiu nesta tarde - mas apenas por meio de nota. Em manifestação divulgada pela sua assessoria de imprensa, a deputada disse estar em Brasília e "a postos" para cumprir com a obrigação no colegiado. Ela ficou "refugiada" na liderança de seu partido durante os debates do colegiado.
Sem dar explicações sobre a sua ausência na sessão, que durou cinco horas, a deputada baiana afirmou que apresentaria seu posicionamento caso a votação acontecesse nesta terça-feira e também tentou fugir da culpa pelo adiamento da votação. Diante da iminência da absolvição do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, o relator Marcos Rogério (DEM-RO) pediu um prazo maior. O Conselho de Ética se reúne novamente nesta quarta-feira.
"O que aconteceu foi uma sessão de deliberação, de discussões, na qual fora concedido aos deputados tempo para se manifestarem sobre o processo. A referida sessão não foi suspensa porque eu não me fiz presente, mas pelo fato de o relator ter pedido vistas do voto em separado do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA)", disse a deputada.
Conterrâneo de Tia Eron e aliado de Cunha, Bacelar tenta emplacar uma pena mais branda para o peemedebista: no lugar da cassação, a suspensão do seu mandato por três meses. "Estou convicta da grande expectativa que há em nosso País, referente a esta Representação, e não me furtarei a cumprir com meu dever", limitou-se a dizer a congressista, sem dar sinalizações de seu posicionamento.
Eduardo Cunha também se manifestou sobre o adiamento da sessão. Ele disse que o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), agiu de forma "abrupta, antirregimental e autoritária". "Na sua falta de convicção de alcançar o resultado que ele desejava, optou pela manobra espúria de encerrar a sessão", disse por meio de nota.