Sobrinho de Oscar Schmidt, um dos maiores ídolos da história do basquete nacional, e do jornalista e apresentador Tadeu Schmidt, o jogador de vôlei de praia Bruno recordou as dificuldades que teve para construir a própria história e conquistar nesta sexta-feira a medalha de ouro olímpica, a principal delas a de ter “apenas” 1,85m de altura.
“Tomara que o dia de hoje sirva para mostrar para todo mundo que neste esporte não cabem rótulos. Todo mundo viu hoje que um atleta baixo tem espaço aqui e que todo atleta merece sua segunda chance. Para mim, o Alison foi campeão em Londres, ele jogou aquela Olimpíada de maneira maravilhosa e só perdeu porque o jogo é assim”, destacou Bruno em entrevista coletiva na arena montada na Praia de Copacabana.
Alison, que foi vice-campeão em Londres 2012 ao lado de Emanuel, e Bruno conquistaram o ouro nos Jogos do Rio de Janeiro depois de baterem os italianos Paolo Nicolai e Daniele Lupo por 2 sets a 0, com parciais de 21-19 e 21-17.
O único medalhista olímpico da família Schmidt revelou que mais de uma vez cogitou largar a carreira como atleta e contou que seu pai, o militar Luís Felipe Schmidt, foi quem o impediu de interromper a trajetória que acabou sendo vitoriosa.
“Vocês devem saber muito bem a dificuldade de um jogador do meu porte para permanecer neste esporte. Não é fácil, cada dia sempre foi uma luta, e em alguns momentos essa luta ficava cansativa demais. Eu comentava com meu pai e perguntava: ‘Será que não estou perdendo tempo? Meus amigos já estão formados, e eu estou insistindo em algo onde não sou bem-vindo. Ninguém me quer aqui’. E ele nunca me deixou parar. Dedico tudo da minha vida a ele, ele sempre acreditou em mim mais do que eu mesmo”, disse Bruno, visivelmente emocionado.
(com agência EFE)