Sinal do que ocorre nacionalmente, com redução de 35,5% no número de candidaturas do PT nas eleições municipais deste ano em relação a 2012 (leia aqui), na Bahia, a legenda deve ter na disputa uma quantidade de representantes 30% menor. De acordo com o presidente estadual da sigla, Everaldo Anunciação, o partido terá em 2016 entre 125 e 130 candidaturas majoritárias. Entretanto, a estratégia do partido para suprir a redução no número de pleiteantes é apoiar legendas que compõem a base aliada, como aconteceu em Salvador, com a decisão do sigla de integrar a campanha da deputada federal Alice Portugal (PCdoB).
“Algumas cidades houve desistência de reeleição; apoio, como na capital ao PCdoB. Estamos apoiando mais partidos da base aliada. É um quadro geral. Outra onde candidatos estão com desempenho eleitoral melhor que nossos candidatos, aí preferimos apoiar, porque a estratégia principal nossa é garantir vitória da base que deu vitória de Rui e Dilma, fazer a maioria”, explicou o dirigente estadual em entrevista ao Bahia Notícias. Ainda segundo Everaldo, a expectativa é de que o partido consiga eleger prefeitos em pelo menos 50% dos municípios nos quais homologou candidaturas. Dentre as 35 maiores cidades baianas, o PT disputa em Feira de Santana, Vitória da Conquista, Camaçari, Teixeira de Freitas, Conceição do Coité, Lauro de Freitas, Alagoinhas e Senhor do Bonfim.
Em Conquista, a sigla vai para a corrida com o ônus de enfrentar o desgaste natural de 20 anos no comando do município. Neste ano, as eleições municipais serão uma espécie de teste para a legenda. Enredado em inúmeras denúncias de corrupção que atingem figuras proeminentes – caso do seu maior líder, o ex-presidente Lula - e com a presidente afastada Dilma Rousseff na iminência de sofrer o impeachment, o partido deve ter nas urnas a dimensão do quanto sua imagem sai arranhada de sucessivos escândalos. Apesar das perspectivas não tão favoráveis que se desenham para a sigla, Everaldo acredita que a crise de imagem que incide sob o PT não deve ser “impeditivo para seu crescimento”.
O partido aposta na boa avaliação popular do governador Rui Costa e no “legado construído” para conseguir o comando de prefeituras baianas. “No caso da Bahia, a questão do impeachment não se aplica com intensidade do Sul e Sudeste. A gente no Nordeste, na Bahia, as pesquisas mostram inclusive que as pessoas reconhecem que houve golpe. Associado ao bom desempenho de Rui, não seria impeditivo do crescimento do PT. Estamos fazendo sistema de qualificação. Agora estamos vivendo processo de legalização de documentação para na segunda quinzena entrar na campanha, defesa do legado construído pelo PT”, afirmou.Fonte:Bahia Noticias