A terceira edição da National Survey of Sexual Attitudes and Lifestyles, maior estudo sobre hábitos relacionados à saúde sexual na Grã-Bretanha, analisou as respostas de 2392 jovens britânicos com idade entre 16 e 21 anos. Desses, 1875 eram sexualmente ativos e 517 ainda não eram sexualmente ativos.
Os resultados mostraram que entre os jovens sexualmente ativos, 34% dos homens e 44% das mulheres relataram ter tido pelo menos um problema sexual duradouro (que se prolongou por pelo menos três meses) no último ano. Segundo o estudo, além dos sintomas físicos, os efeitos emocionais e psicológicos também estavam associados à disfunção sexual: 9% dos homens e 13% das mulheres relataram que se sentiram angustiados devido ao problema.
Para as mulheres, as condições mais estressantes foram: dificuldade de chegar ao orgasmo (6%) e desinteresse pela atividade sexual (5%). Entre os homens, os fatores mais preocupantes foram: ejaculação precoce (5%) e disfunção erétil (3%).
Entre os participantes que não tinham uma vida sexual ativa, 10% deles disseram que não fizeram sexo no último ano devido a dificuldades enfrentadas por eles ou por seus parceiros.
Embora 36% dos homens e 42% das mulheres tenham dito que procuraram ajuda sobre sua vida sexual, eles geralmente recorreram à familiares, amigos, informações na mídia ou buscas online. Apenas 4% dos homens e 8% das mulheres que tiveram problemas sexuais procuraram algum tipo de ajuda profissional. Os autores acreditam que essa relutância em procurar ajuda especializada pode estar relacionado a um estigma social em volta do assunto ou à falta de conhecimento dos jovens sobre sexo.
“Quando se trata da sexualidade dos jovens, a preocupação dos profissionais de saúde geralmente está focada na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada. No entanto, devemos considerar a saúde sexual de forma muito mais abrangente, já que as dificuldades sexuais podem ter impacto sobre o bem-estar sexual dos jovens a longo prazo. Nossos resultados mostram que esses problemas sexuais angustiantes não são apenas enfrentados por pessoas mais velhas – na verdade, eles são relativamente comum no início da vida adulta também.”, disse Kirstin Mitchell, principal autora do estudo.
Kaye Wellings, professos da London School of Hygiene & Tropical Medicine e coautor do estudo ressalta a importância da educação sexual abordar a “importância da comunicação e do respeito nas relações para ajudar os jovens a compreender e resolver os problemas que podem ocorrer em suas vidas sexuais”.Fonte:Veja