Uma informação do acordo de delação premiada do empresário Léo Pinheiro, sócio da OAS, recusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi utilizada na denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Lula (veja aqui), apresentada na última quarta-feira (14).
De acordo com a Folha de S. Paulo, foi ele quem afirmou que a empreiteira descontava de uma conta que tinha com o PT os repasses feitos para o tríplex do Guarujá, no litoral paulista. "Ficou acertado com [João] Vaccari que esse apartamento seria abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta de propinas em obras da OAS na Petrobras”, constava no documento criado para negociar a colaboração premiada.
Apesar de a fonte não ser indicada na denúncia, na peça feita por procuradores do MPF, há menção à informação em pelo menos sete trechos para sustentar a acusação contra Lula. "A OAS possuía um caixa geral de propinas com o Partido dos Trabalhadores, [...] [que] visava quitar os gastos de campanha dos integrantes do partido e também viabilizar o enriquecimento ilícito de membros da agremiação, dentre os quais Lula", diz um dos trechos.
O acordo de delação de Pinheiro foi anulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que argumentou ter havido quebra de confidencialidade. Trechos do documento foram divulgados pela revista Veja em agosto. O juiz federal Sergio Moro deve decidir na semana que vem se aceita ou não a denúncia contra Lula. Caso acate o pedido, o ex-presidente se torna réu na Lava Jato.