Minutos antes de embarcar rumo a Porto Alegre (RS) em sua despedida do Palácio da Alvorada nesta terça-feira, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) fez questão de cumprimentar ex-assessores, seguranças e servidores da residência oficial. Dilma tirou fotos com vários dos funcionários que a serviram durante seu mandato, encerrado precocemente na semana passada por decisão do Congresso Nacional, como desfecho do processo de impeachment no qual foi condenada por crime de responsabilidade. Na pista da Base Aérea de Brasília, Dilma despediu-se efusivamente do ex-assessor pessoal e ex-subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Jorge Rodrigo Araújo Messias, o ‘Bessias’.
“Ô, Bê, chora, Bê”, disse Dilma ao portador do termo de posse do ex-presidente Lula na Casa Civil, notabilizado pelo grampo da Polícia Federal revelado pela Operação Lava Jato e guardião de segredos da Presidência da República. “Já chorei”, respondeu Bessias, procurador de carreira da Fazenda Nacional e advogado. Dilma arrancou risadas do assessor de imprensa Olímpio Cruz e do fotógrafo oficial Roberto Stuckert Filho.
“Ninguém chora nessa… Esse não chora. Esse que é chorão não chora”, disse a ex-presidente, apontando para o advogado e ex-ministro José Eduardo Cardozo (PT), que foi às lágrimas durante a sessão final do impeachment no Senado, e para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que publicou os vídeos da despedida nas redes sociais, assim como o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC). “Já acabou o estoque [de lágrimas]”, disse Cardozo.
A ex-presidente também se despediu nos ex-ministros petistas Ricardo Berzoini, Carlos Gabas, Jaques Wagner, de oficiais da Aeronáutica e da ex-ministra e amiga Katia Abreu (PMDB). Antes de subir a escada do jatinho da FAB, rechaçou uma abordagem final da documentarista Petra Costa. Na garagem do Alvorada, Dilma já havia rejeitado filmagens, falando em inglês e português. “No, no [não, não]. Isso é pessoal e intransferível. Excuse me [com licença]”.