A ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, afirmou "não haver possibilidade" de a instituição "abafar a Lava Jato" durante sua gestão. Ela, que tomou posse no cargo recentemente, disse também, em entrevista à Folha de S. Paulo, que não haverá constrangimento em mover ações contra políticos da base de Michel Temer, caso haja indícios de envolvimento deles com irregularidades.
Grace rebateu as acusações do seu antecessor no cargo, Fábio Medina Osório, que afirmou que o governo pretendia paralisar as investigações da operação e se disse “surpreendida” pelas declarações dele. “A AGU vai analisar a documentação e proceder como sempre faz. Pode ser que, analisando, não vislumbre nada em termos de desvio e aí o procedimento interno é arquivado. Agora, se a AGU vislumbrar desvio, vai mover as ações cabíveis”, afirmou.
Questionada sobre qual seria o tratamento dado pela AGU à lista enviada pela Polícia Federal com nomes de 14 parlamentares e ex-parlamentares, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Grace garantiu que não haverá “ingerência ou pressão” nos trabalhos de advogados. “Primeiro tem que analisar as documentações. Não sei nem confirmar se, de fato, são essas pessoas. Posso assegurar que, tão logo esses dados ingressem na AGU, o tratamento será o ordinário. Vai para a unidade competente da casa e o advogado vai trabalhar sem nenhum tipo de ingerência ou pressão”, prometeu.