No início da manhã desta sexta-feira (16) informações produzidas pela Uol, chamou-me atenção do que já notara na apresentação do procurador da República e coordenador da Força Tarefa do Ministério Público na Lava Jato, Deltan Dellagnol. A utilização desnecessária dos adjetivos durante as duas horas das denúncias feita contra o ex-presidente Lula foram totalmente inaceitáveis. Em jornalismo, os repórteres, principalmente os iniciantes, aprendem que o uso da adjetivação é incompatível com o texto que deve ser direto, portanto, não são cabíveis na informação que se quer.
Em relação aos comentaristas é possível o uso, mas a sequência deles compromete o que se pretende dizer. Foi o grande erro, senão vital, de Dellagnol. Não somente a sua explanação foi maior do que o aceitável, como passou a impressão segundo a qual a repetição dos adjetivos era para marcar Lula. Já o discurso feito ontem pelo ex-presidente durante mais de uma hora ficou enfadonho pela repetição, o que é comum nos seus discursos, sobretudo quando são feitos para atingir a sua base de sustentação, com a presença de parlamentares e integrantes do PT.
Portanto, discurso é uma coisa e a apresentação de fatos é outra completamente diferente. Consequentemente, Lula “embaraçou” e tocou na sua base, inclusive com suas lágrimas. É certo que as informações do procurador da República foram feitas a partir de uma convocação antecipada para chegar ao conhecimento do país.
A mídia divulgou como era do seu dever, ganhando repercussão no exterior em razão da presença, hoje constante, de repórteres representantes da mídia internacional. Mas se observou que o procurador coordenador da Força Tarefa subiu no seu palco com adjetivos e tudo para marcar pontos. Já o discurso de Lula foi uma resposta enviada para aqueles que o seguem, sem tocar, no entanto, na Lava Jato nem no Ministério Público. Foi mais hábil, consequentemente.Fonte:Bahia Noticias