Fatores ambientais e comportamentais podem ter tanta influência na saúde e aparência da pele quanto a genética. De acordo com o maior estudo já realizado sobre a pele brasileira, enquanto a hidratação da pele é 60% influenciada por características genéticas e 40% por fatores externos, na elasticidade ocorre o inverso. As influências genéticas são responsáveis por apenas 40% da elasticidade da pele, enquanto os outros 60% são determinados por fatores como hábitos, ambiente e outras características.
Essa descoberta é importante porque, segundo o mesmo estudo, que analisou cerca de 1.400 voluntários, as características dermatológicas que fazem uma mulher parecer mais velha são: menor hidratação, menor elasticidade e mais rugas periorbitais (os famosos “pés de galinha”).
“O achado foi importante porque conseguimos estimar o quanto da saúde e da aparência da nossa pele é herdado e portanto, determinado por uma questão genética e o quanto está ao nosso alcance para mudar.”, disse Carla Barrichello, gerente de ciências do bem-estar da Natura.
O estudo, realizado em parceria pela Universidade de São Paulo e Natura, buscou analisar a influência da genética e de fatores ambientais nas características da pele brasileira. Ao longo de quatro anos, os pesquisadores avaliaram a pele e os hábitos de cerca de 1.400 habitantes, da cidade de Baependi, em Minas Gerais. O município conta com uma ampla distribuição étnica e gênica, semelhante à do Brasil. Além disso, o fato de ser uma cidade pequena possibilitou a análise familiar, o que foi essencial para que os cientistas conseguissem chegar à herdabilidade (cálculo matemático que tenta explicar a influência genética de uma característica) da pele.
“Por meio de análises genéticas do DNA de pessoas da mesma família nós conseguimos descobrir a herdabilidade dessas características da pele. Agora estamos estudando qual é o pedacinho do genoma que explica porque uma pessoa tem a pele mais seca que a outra, por exemplo. No futuro, isso poderá ser utilizado para predizer, por exemplo, se uma pessoa tem uma probabilidade menor ou maior de ter pele seca e a abre a possibilidade para o desenvolvimento de terapias que permitem modular isso e também descobrir qual pessoa responderá melhor a determinados tratamentos, baseado em suas características genéticas.”, explicou Alexandre Pereira, autor do estudo e coordenador do grupo de genética humana do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínica da Faculdades de Medicina da USP.Fonte:Veja