Mencionado 19 vezes, o Brasil lidera um ranking de países mais citados por empresas globais, sob investigação de pagamento de propina. É a primeira vez que o Brasil fica no topo da lista, feita por um site especializado nessa legislação, a Foreign Corruption Practices Act (FCPA). Em tradução livre da Folha de S. Paulo, Lei Anticorrupção no Exterior. Na segunda posição vem a China, mencionada 17 vezes, e em terceiro lugar o Iraque com oito menções.
De acordo com o jornal, os dados foram extraídos de investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e da SEC (Securities and Exchange Commission), que é o órgão responsável por regular o mercado de capitais no país. A referida lei estadunidense foi criada em 1977 e proíbe que empresas que mantêm negócios nos Estados Unidos, independente do país de origem delas, paguem suborno no exterior.
Segundo a publicação, a legislação se baseia na ideia de que a propina mina a concorrência e, como consequência, prejudica grupos e investidores americanos. "Nós estamos nessa lista porque a corrupção brasileira já afeta o investidor americano", disse Paulo Goldschmidt, professor da Fundação Getúlio Vagas, ao jornal. Em 2015 e 2016, primeiros anos em que o ranking foi elaborado, o Brasil se manteve em segundo lugar, com 10 e 18 citações, respectivamente.